Domingo, Agosto 25, 2024

OBRAS DA REFINARIA DE CABINDA ATINGEM 60% DE EXECUÇÃO.

A Refinaria de Cabinda é o segundo projecto de refinação da Gemcorp em África, após um investimento feito na Libéria.

Por: apostolado
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Dois altos responsáveis da Gemcorp anunciaram, recentemente, em entrevista à African Energy, que as obras de construção da Refinaria de Cabinda estão concluídas a 60 por cento.

Prevê-se que a primeira fase, com capacidade para processamento de 30.000 barris dia (b/d), seja comissionada em Novembro, estando o início do processamento de petróleo bruto programado para Fevereiro de 2025.

 

A Refinaria de Cabinda integra a estratégia de Angola de optimização dos seus recursos minerais, com a aposta na transformação do crude em produtos comercializáveis no mercado interno e nos mercados limítrofes, assim como a consequente redução da dependência de produtos refinados importados.

 

A primeira fase da refinaria vai fornecer cerca de 10% da procura doméstica de produtos refinados, disponibilizando por essa via uma fonte confiável e local de combustíveis essenciais. Este empreendimento não só promove a autossuficiência energética de Angola, como também impulsiona a economia local, com 95% da força de trabalho a ser contratada na província de Cabinda.

 

“Cabinda vai ser a primeira refinaria de Angola construída após a independência do país, em 1975. Apesar de ser um dos principais produtores de petróleo em África, Angola importa uma parte substancial dos produtos refinados que consome. Este projecto não só vai melhorar a autossuficiência energética do país, como está já a criar empregos e a fortalecer a economia local”, destacou Felipe Berliner, Gemcorp Group Chief Investment Officer, na entrevista concedida à African Energy.

 

Cabinda também será a primeira refinaria de África sem queima de gás, capturando o gás e convertendo-o em líquidos de gás natural (NGLs). Esta abordagem inovadora reflecte o compromisso da Gemcorp com as práticas sustentáveis de defesa do ambiente e com o recurso a tecnologia de ponta, para aumentar a eficiência final.

 

Marcelo Hofke, CEO da Cabinda Oil Refinery, acrescentou também à African Energy que “a construção modular da Refinaria de Cabinda permite mitigar os riscos de construção e minimizar os atrasos no financiamento. Esta abordagem faseada tem sido vantajosa, permitindo-nos desenvolver uma base documentada de capacidades locais e uma cadeia de fornecimento eficiente, com as quais estamos a atingir resultados em linha com as perspectivas de fecho do projecto”.

 

Após o comissionamento da Fase I, a Gemcorp pretende iniciar de imediato os trabalhos da Fase II da refinaria, que incluem a instalação de um reformador para a produção de gasolina, o aumento da capacidade de energia solar fotovoltaica (PV) e o armazenamento local. Um estudo de viabilidade para esta expansão vai ser encomendado em breve, com o pedido de propostas (RfP) a emitir posteriormente. A Gemcorp está também a desenvolver a terceira fase, que pretende aumentar a produção de diesel no país.

 

A Refinaria de Cabinda é o segundo projecto de refinação da Gemcorp em África, após um investimento feito na Libéria. Além da refinação, a Gemcorp possui investimentos noutras áreas da energia e recursos naturais em África, incluindo a Milele Energy, uma produtora independente de energia com sede em Nairobi e a principal accionista do maior parque eólico de África, no Lago Turkana, no Quénia. Conta também como a Walkabout Resources, que está a desenvolver o projecto de grafite Lindi Jumbo, na Tanzânia.

 

Ainda no domínio da energia, a Gemcorp assinou, em Maio passado, um memorando de entendimento com o Ministério da Energia e Águas de Angola e com a Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT) para ampliar a capacidade actual (520MW) da Central Hidroeléctrica de Capanda, no rio Kwanza.

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