O facto aconteceu à noite (22h00) de quarta-feira, 2, quando os seis funcionários que operavam na área junto ao forno de conversão de produtos químicos, foram surpreendidos pelo desabamento de um dos dois maiores silos de homogeneização.
Segundo apurou o Club-K no local, a derrocada do polo de armazenamentos da farinha, produto essencial para produção de cimento da Fábrica CIF-Luanda, uma das maiores fabricantes de cimento do país, que passou recentemente para à esfera do Estado no âmbito do processo de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com funcionários responsáveis pela gestão e administração dos recursos armazenados naquela estrutura, a referida estrutura que armazenava cerca de 11 mil 880 quilogramas de farinha, que possuía cerca de 14 metros de altura, o Silo estava completamente abastecido de farinha o que só em produto, chegou a prejudicar em mais de 500 milhões de kwanzas.
Logo a seguir a tragédia, em um vídeo gravado por um dos funcionários da fábrica que fazia a supervisão do turno, que o Club-K teve acesso, possível observar o desespero de um dos funcionários que procurava pelos seus colegas que descobriu minutos depois que os mesmos estavam soterrados e acobertados pelos quase 12 mil quilogramas de pó para o fabrico de cimento.
Alguns dos funcionários explicaram ao Club-K que, o facto terá ocorrido por alegada negligência da própria direcção da empresa CIF-Luanda “porque a manutenção tem elevados custos financeiros mesmo depois de alertada sobre as falhas na base da estrutura”.
Na tentativa de ouvir a direção da empresa sobre as razões na base deste incidente, logo à chegada, a equipa deste portal foi “destratada” e “impedida” de apurar os factos junto dos seus responsáveis por alegadas “ordens superiores”.
Porém, na insistência, conseguiu-se manter um contacto ao telefone com o responsável da área de higiene e segurança no trabalho, identificado apenas por “Kito”, que confirmou o incidente, tendo garantido que “os cinco cidadãos angolanos e um chinés já beneficiam de assistência médica”.
Outra informação que o referido responsável avançou “é que a direcção da fábrica está toda tensa e aflita com o assunto logo após serem convocados de emergência para um encontro com o Ministério de tutela”.
No encontro, segundo dados de fontes que acompanham o processo, “até agora a direcção do CIF-Luanda ainda não conseguiu dar explicações reais sobre o assunto” com vista a esclarecer o que de facto terá ocorrido na noite do dia 2 deste mês, tendo garantido apenas que “dentro de dias o assunto será esclarecido por via do seu gabinete de comunicação e imagem”.
Entretanto, fontes próximas da direcção da empresa confirmaram a existência de questões que estão a ser acauteladas para evitar alguma convulsão na fábrica apontando para suspeições de desvios de altas somas em dinheiro, má gestão financeira e falta de assistência aos trabalhadores com equipamentos apropriados para conter possíveis danos à saúde dos mesmos.
A direcção da empresa CIF-Luanda promete se pronunciar nos próximos dias para esclarecer todos os aspectos em torno deste assunto. Fonte: CLUB.K