Militantes fundadores do Bloco Democrático (BD) pertencentes à ala conhecida internamente como “pioneiros” acusam o presidente do partido, Filomeno Vieira Lopes, de estar a conduzir um suposto plano para aproximar o BD da UNITA, o que, segundo esses membros, poderia resultar na “venda” da organização política e na sua “integração” na lista da UNITA nas eleições gerais previstas para 2027. As acusações, feitas sob anonimato, não foram oficialmente confirmadas e o líder do BD não reagiu até ao fecho desta edição.
Dissidências e suspeitas internas
De acordo com os militantes que falaram à imprensa sob reserva de identidade, a desconfiança ganhou força após a eleição de Américo Vaz para vice-presidente do Bloco Democrático. Os opositores internos afirmam que Filomeno Vieira Lopes teria demonstrado “frieza e resistência” à ascensão do jovem dirigente, alegando que o presidente teria tentado impedir a sua eleição no último congresso. “Os seus intentos não tiveram pernas no congresso”, disse um dos membros.
Ausência prolongada e alegações de contradição
As tensões aumentaram com a alegada ausência prolongada do presidente após o conclave do partido. Militantes afirmam que Vieira Lopes se afastou das actividades partidárias durante cerca de dois meses, não convocando reuniões dos órgãos internos nem tomando posse dentro do prazo estatutário. Segundo os críticos, o dirigente justificou a ausência com problemas de saúde.
Entretanto, os mesmos militantes contestam essa explicação, alegando que Filomeno Vieira Lopes teria participado em eventos públicos, como o Congresso Nacional da Reconciliação e outras actividades promovidas por organizações da sociedade civil, em datas coincidentes com o período em que dizia não poder deslocar-se à sede do partido.
Temor de dissolução do BD
Os membros que denunciam o caso afirmam existir um “plano bem elaborado” que permitiria à UNITA cooptar quadros do BD para a sua lista nas próximas eleições, processo que, segundo eles, poderia levar ao “esvaziamento” e eventual extinção informal do Bloco Democrático como força autónoma.
Até ao momento, não há provas públicas que sustentem estas alegações, e nenhum pronunciamento oficial foi emitido nem pelo presidente Filomeno Vieira Lopes nem pela direcção nacional do Bloco Democrático. A UNITA também não comentou as acusações.
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