O Mosaiko Instituto para a Cidadania, realizou durante dois dias no Edifício Michael Kennedy, da Extensão da Universidade Católica de Angola, localizada no Largo das Escolas em Luanda, uma Conferência Internacional sobre o Ambiente “Planeta em Chamas: Direitos em Extinção” que serviu para discutir “Micro-soluções Conscientes às Alterações Climáticas a nível das Políticas Públicas em Angola”.
O primeiro painel do segundo e último dia desta conferência nesta quinta-feira, 18 de Setembro, esteve reservado com um debate facilitado por Sérgio Calundungo, Coordenador do Observatório Político e Social de Angola (OPSA), e Emanuel Bernardo, da Associação Nacional do Mercado de Carbono.
A segunda discussão conduzida pelo Padre Celestino Epalanga teve um olhar atento sobre a “Eco Espiritualidade”, tendo em conta a relação entre o homem e a natureza, e a necessidade da criação da consciência ecológica.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Apostolado, o Sacerdote, referiu que a sua abordagem esteve essencialmente centrada na encíclica do Papá Francisco Laudato si, que nos chama atenção sobre a necessidade da criação da consciência ecológica.
O último painel esteve reservado para a apresentação das experiências de convidados que residem em comunidades mais ao sul do país , e que atravessam estes problemas climáticos como Caridade Tchilomba, Eduardo Ferreira e António Ndala, da província do Cuando Cubango, e de Jenoveva Carlos e Edna Tolosi, do Moxico.
Estes painelistas denunciaram o acelerado desmatamento das florestas, a redução do caudal dos rios e a exploração de recursos por estrangeiros sobretudo com autorização do Governo Central.
“Esses problemas estão a causar fome, pobreza e doenças. Os hospitais não têm medicamentos e as plantas que usávamos como remédios foram destruídas”, lamentaram os palestrantes, que procuram por respostas quanto a fiscalização por exemplo do impacto negativo dos desmantelamentos e exploração ilegal e irracional da madeira, conforme fez saber o Ambientalista Eduardo Ferreira.
O Director Geral do Mosaiko, Frei Júlio Candeeiro, fez um balanço positivo dos dois dias deste evento, e congratulou-se com a presença massiva da sociedade e convidados desta conferência, tendo dado uma nota negativa ao Ministério do Ambiente, por não se fazer presente neste evento, apesar de garantir ter enviado convite antecipadamente para o efeito.
“Só temos é de lamentar a ausência do ministério de tutela, uma vez que estas discussões interessam-nos a todos, e por isto gostaríamos de saber quais são as políticas deste órgão governamental para acabar com os problemas levantados pelos prelectores” avançou.
O evento contou também com a presença de representantes estrangeiros ligados ao assunto, bem com a do Vice Presidente da CEAST e Bispo da Diocese do Dundo, Dom Estanislau Marques Chindecassi e a do Reverendo Toni A Nzinga.
Teve o apoio da União Europeia e a do Camões, Instituto de Cooperação e da Língua, I.P. (Camões, I.P.), no âmbito do Projecto USAKI: Somos Ambiente.
Repórter Delgado Teixeira