Precisamos reconhecer que a crise ambiental e a crise social de nosso tempo não são duas crises separadas, mas uma única crise: disse o Papa Francisco ao receber em audiência na manhã desta quinta-feira, 20 de abril, no Vaticano, uma delegazione de Líderes inter-religiosos e políticos da Grande Manchester, Inglaterra
Tornou-se cada vez mais evidente que nosso compromisso atual com a salvaguarda da criação, dom de Deus, deve ser parte de um esforço mais amplo para promover a ecologia integral, que respeita a dignidade e o valor de cada pessoa humana e reconhece os efeitos trágicos da degradação ambiental sobre a vida dos pobres. Em uma palavra, precisamos reconhecer que a crise ambiental e a crise social de nosso tempo não são duas crises separadas, mas uma única crise.
Foi o que disse o Santo Padre ao receber em audiência na manhã desta quinta-feira, 20 de abril, no Vaticano, uma delegazione de Líderes inter-religiosos e políticos da Grande Manchester, Inglaterra, um significativo grupo de 23 pessoas.
Trágicos efeitos da degradação
Ao dar as boas-vindas aos presentes e agradecer ao bispo John Arnodl por suas palavras, Francisco manifestou seu apreço pelo compromisso e esforço deles, como lídres religiosos e políticos, para aumentar a consciência da necessidade urgente de proteger o meio ambiente e de trabalhar concretamente para enfrentar os efeitos da mudança climática.
Vosso testemunho comum é particularmente significativo, pois a história de vossa cidade está intimamente ligada à revolução industrial, com seu legado de enorme progresso técnico e econômico, unidamente a um indubitável impacto negativo sobre o meio ambiente humano e natural, observou Francisco, aludindo ao preponderante papel histórico de Manchester, coração da revolução industrial do século XVIII na Inglaterra, com os aspectos positivos e negativos que a mesma comportou.
Ao reiterar que as crises ambientais e sociais de nosso tempo não são duas crises separadas, mas uma única crise, o Papa ressaltou que é preciso reconhecer isso, acrescentando:
Superar a cultura do descartável
É claro que isto requer a criação de novos modelos econômicos voltados para o futuro. Mas também requer determinação para superar a cultura do descartável, a cultura do desperdício, gerada pelo consumismo e pela indiferença globalizada, que inibe os esforços para enfrentar estes problemas humanos e sociais da perspectiva do bem comum.
Francisco ressaltou à delegação que eles se distinguem por seu testemunho da dimensão intrinsecamente moral e religiosa de nosso dever de proteger o meio ambiente, como dom de Deus que requer nossa responsável administração.
O objetivo desenvolvimento humano sustentável e integral
Em vossas respectivas comunidades, guiados pela sabedoria de vossas diversas tradições, desempenhais um papel importante ao contribuir para uma tão necessária conversão ecológica baseada nos valores de respeito à natureza, sobriedade, solidariedade humana e preocupação com o futuro da sociedade. Um aspecto essencial desta contribuição é vosso compromisso, como homens e mulheres de fé, de formar as mentes e os corações dos jovens e de atender a sua necessidade de uma mudança de rumo e de políticas voltadas para o futuro que tenham como objetivo o desenvolvimento humano sustentável e integral.
Francisco despediu-se dos presentes agradecendo pela visita e desejando o melhor para o trabalho e projeto deles, invocando de coração a bênção divina fonte de sabedoria, de fortaleza e de paz.
Fonte: Raimundo de Lima – Vatican News