Quarta-feira, Janeiro 15, 2025

LIBERTADAS “E DE BOA SAÚDE” AS DUAS RELIGIOSAS RAPTADAS NA SEMANA PASSADA NA NIGÉRIA

A Nigéria, que é o país mais populoso da África, tem assistido ao longo dos últimos anos a uma onda de violência contra a Igreja com sucessivos casos de raptos

Por: apostolado
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Foram libertadas ontem as duas religiosas raptadas na segunda-feira, dia 7 de Janeiro, quando regressavam de uma reunião no estado de Anambra. Num comunicado enviado para a Fundação AIS Internacional, a congregação a que pertencem, as Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Mãe de Cristo, assegura que estão ambas “de boa saúde”.

 

Foi quase uma semana em cativeiro. Duas religiosas da congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Mãe de Cristo, foram libertadas ontem, dia 13, depois de terem sido raptadas na terça-feira, dia 7, quando regressavam de uma reunião no estado de Anambra. Não foram dados pormenores, mas no comunicado enviado pela congregação para a Fundação AIS Internacional é referido que as duas religiosas foram libertadas “sem condições”, o que pressupõe que não terá havido qualquer pagamento de resgate.

 

“Comunico-vos com alegria que as nossas queridas Irmãs Vincentia Maria Nwankwo e Grace Mariette Okoli, que foram raptadas na noite de terça-feira, 7 de Janeiro de 2025, foram libertadas sem condições e de boa saúde.” No comunicado, assinado pela secretária-geral da congregação, a Irmã Maria Sobenna Ikeotuonye, agradece-se todas as orações e a onda de solidariedade ao longo destes “dias difíceis e incertos” em que as religiosas estiveram em cativeiro.

 

O rapto ocorreu na estrada de Ufuma, quando ambas voltavam de uma reunião da associação vocacional da congregação em Ogboji, no estado de Anambra, no sul do país. A Irmã Vincentia Maria é directora da escola secundária Archbishop Charles Heerey Memorial Model, em Ufuma, e a Irmã Grace Mariette é professora na escola secundária Immaculata Girls Model, em Nnewi. A congregação a que pertencem foi fundada em 1937.

ONDA DE VIOLÊNCIA CONTRA CRISTÃOS

A Nigéria, que é o país mais populoso da África, tem assistido ao longo dos últimos anos a uma onda de violência contra a Igreja com sucessivos casos de rapto de sacerdotes, religiosas e seminaristas. Em 2023, um total de 25 sacerdotes, seminaristas e religiosos foram sequestrados, dos quais um foi posteriormente assassinado. Além disso, nesse mesmo ano, outros três sacerdotes perderam a vida devido a ataques violentos neste país africano. Em 2024, segundo uma investigação da Fundação AIS, 12 padres foram também raptados na Nigéria e um foi assassinado no final do ano. Mas toda a comunidade cristã vive, de certa forma, em sobressalto.

 

Além dos raptos, normalmente da responsabilidade de gangues armados, os cristãos têm sido alvo também de crescente violência por parte dos pastores nómadas fulani, cada vez mais radicalizados, e continuam a ser um dos alvos dos terroristas do Boko Haram, uma organização jihadista que actua principalmente no norte do país onde pretende a implantação de um califado.

 

Sinal desta violência crescente, ainda no Domingo, dia 5 – dois dias antes de as duas Irmãs terem sido raptadas – celebrou-se uma Missa em Bokkos em memória das mais de 300 pessoas que foram massacradas em aldeias cristãs na véspera de Natal de 2023. Esse ataque, que gerou uma onda de comoção internacional, ocorreu em mais de 30 aldeias no estado de Plateau, e teve episódios de extrema violência, com disparos indiscriminados de metralhadoras contra as populações e com as casas a serem queimadas. Na Missa celebrada em memória de todas as vítimas, D. Michael Gobal Gokum, Bispo de Pankshin, alertou que as consequências destes ataques fazem-se sentir já ao nível da escassez de alimentos, que é uma consequência, por sua vez, do sentimento de “insegurança generalizada” que se vive na diocese.

Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

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