De acordo com as filhas Teresa Graciano de Carvalho, e Lucrécia de Carvalho que falaram em exclusivo ao Na Mira do Crime, a malograda sofria de uma inflamação na barriga, e na sexta-feira, por volta das 12 horas, deu entrada no hospital dos Cajueiros por onde ficou até na manhã deste domingo, dia da sua morte, sem atendimento médico.
De acordo com as filhas de Sara, tão logo deram entrada ao Hospital, a mãe gemia de dores, e elas exigiam aos médicos que fizessem pelo menos uma intervenção para que minimizasse as dores da progenitora.
“Uma doutora acalmou-nos e disse que faria primeiro ecografia para saber o tipo da patologia e só depois seguiria a medição”, disse, acrescentando que, até às 18 horas do mesmo dia, ninguém tocou na paciente.
“Elas não mexiam sequer na minha mãe, no sábado, pensamos que teriam alguma iniciativa e alguém teria pena da minha mãe, mas continuou abandalhada”, lamentou, acrescentando que, no período da tarde, a família recebeu ordem de uma enfermeira para que fossem fazer ecografia fora do hospital, por alegadamente faltar do doutor na referida área.
“Ontem de tarde uma enfermeira disse que o doutor só chegaria na segunda-feira, e mandaram- nos fazer ecografia fora, e mesmo sem pegarem na minha mãe, queriam nos dar alta”, recordou, realçando que, tão logo tentaram levar a mãe para um centro fora do hospital, a situação agravou-se e tiveram de regressar rapidamente para avisar as enfermeiras.
No interior do hospital, contam, a senhora recebeu um balão de soro. “Foi o único momento que eles e nós tivemos contacto com a minha mãe, até na manhã deste domingo, 25, anunciarem a morte da nossa queria mãe”, choraram.
Segundo as queixosas, durante o tempo que a paciente esteve ‘atirada’ naquela unidade hospitalar, a senhora nunca teve cama uma cama para estar acomodada. “Ela morreu numa cadeira de roda”.
Na tarde de ontem, sábado, 24, a família contactou o Na Mira do Crime para denunciar o mau atendimento da equipa clínica do Hospital dos Cajueiros. Este jornal ligou várias vezes para o director da referida unidade hospitalar para dar a conhecer a situação, no entanto, não fomos atendidos nem tidos em conta. Reencaminhamos uma mensagem no Whatsapp do director mostrando o descontentamento da família, mas este depois de visualizar ignorou e voltou a não responder a nossa preocupação.
Nesta ordem de ideia, a família da malograda pede a ministra da Saúde haja em conformidade, porque a vida de cidadãos angolanos não pode estar em mãos de pessoas que não têm consideração nem amor pelo que fazem.