
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou esta terça-feira, 2, que o general na reforma Higino Carneiro foi novamente constituído arguido, desta vez indiciado pelos crimes de peculato e burla qualificada, alegadamente cometidos durante os períodos em que exerceu funções como governador do Cuando Cubango e de Luanda. A informação foi avançada em comunicado, onde a instituição confirma a abertura de dois processos-crime na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP).
O Processo 46/19 está relacionado com a gestão de recursos públicos no Cuando Cubango. Segundo a PGR, Higino Carneiro é suspeito de ter recorrido a fundos estatais para fins particulares enquanto liderava o governo provincial, motivo pelo qual foi formalmente indiciado pelo crime de peculato.
Já o Processo 48/20 refere-se ao período em que assumiu o governo da Província de Luanda. De acordo com a acusação, o então governador terá recebido de uma empresa privada mais de 60 viaturas, que foram distribuídas a diversas pessoas sem que tivesse sido efectuado qualquer pagamento. Este alegado esquema levou à sua indicação pelo crime de burla qualificada.
As novas acusações surgem num momento em que o nome do general reformado voltou a ganhar destaque na esfera política. Em Julho, no dia em que completou 70 anos, Higino Carneiro anunciou, através de um vídeo difundido nas redes sociais, a sua pré-candidatura à presidência do MPLA, gesto que reacendeu debates internos e externos sobre o seu papel no panorama partidário.
A PGR prossegue agora com os trâmites legais, enquanto o processo volta a colocar o antigo governante no centro de mais uma polémica judicial.