
Construída e totalmente apetrechada desde 2023, a Escola nº 3031 Professora Maria da Natividade, localizada no município do Cazenga, permanece de portas fechadas. Apesar de pronta para funcionar, com salas equipadas, instalações modernas e capacidade para centenas de alunos, o Ministério da Educação nunca realizou a inauguração oficial.
A situação levanta sérias questões sobre a gestão dos recursos públicos e o compromisso das autoridades com a melhoria do sistema de ensino no país. A estrutura, erguida com verbas públicas, representa um investimento de milhões de kwanzas, mas hoje serve apenas como símbolo do abandono e da inércia administrativa.

Moradores da zona do Tala Hady, onde está localizada a escola, denunciam o desperdício. “Temos crianças que andam mais de três quilómetros para estudar noutros bairros, enquanto esta escola está aqui a apodrecer sem uso”, lamenta Ana Domin
Fontes ligadas à administração municipal indicam que a obra foi concluída em meados de 2023 e entregue ao Ministério da Educação no mesmo ano. Desde então, nenhuma explicação oficial foi dada para a não abertura da escola.
Em visita ao local pelos membros do MEA – Movimento dos Estudantes Angolanos, constatou que o edifício encontra-se em bom estado, com carteiras ainda embaladas, quadros por estrear e equipamentos informáticos armazenados. No entanto, a ausência de segurança levou ao início de vandalismo e roubo de materiais.
gos, mãe de dois alunos. “Não entendemos por que não inauguram”, completa.

MEA organização da sociedade civil e associações de pais e encarregados de educação exigem respostas. “Não se pode brincar com o futuro das crianças, frisou Francisco Teixiera. Exigimos responsabilidade e transparência. Se há entraves, que o Ministério esclareça publicamente”, afirma António Manuel, da ONG Educação para Todos.
Contactado pela reportagem, o Ministério da Educação não respondeu até o fechamento desta edição.

Enquanto isso, mais um ano lectivo começa sem que os alunos do Cazenga possam usufruir de uma infraestrutura que deveria estar a aliviar a sobrelotação em outras escolas do município. Para muitos, esta é mais uma prova da distância entre a promessa e a realidade na educação pública angolana.