O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, defendeu, terça-feira, em Luanda, a necessidade de as empresas de Comunicação Social públicas e privadas serem, também, espaços de realização social e profissional.
Teixeira Cândido fez estas declarações à margem do acto que marcou o 31º aniversário do SJA. Durante o acto, considerou ainda essencial desafiar os gestores das empresas de Comunicação Social a criarem um ambiente de trabalho salutar, no qual cada profissional tenham a oportunidade de vislumbrar um futuro melhor, sem que, necessariamente, deixe de ser jornalista.
Na visão do sindicalista, os gestores têm de respeitar a questão da progressão na carreira, porque o sindicato não pode estar a revindicar sempre. “Os profissionais devem ser avaliados periodicamente para progredirem e subir para o nível seguinte, a fim de verem o salário melhorado”, disse.
Segundo Teixeira Cândido, os jornalistas não podem continuar a depender da mudança de gestão ou nomeações a cargos de chefia para ganharem um bom salário “É importante que todos os jornalistas tenham uma condição social aceitável, para não se vergarem as ofertas das fontes e aos assédios a que permanentemente estão sujeitos”.
Em relação à Lei de Im-prensa, Teixeira Cândido disse que o SJA tem se posicionado como defensor da liberdade de imprensa, há 31 anos, para que os jornalistas exerçam melhor a profissão, sem medo de censuras.
O SJA, acrescentou, defende a revisão da Lei de Im-prensa e a deslocação de alguns poderes que estão na esfera do Governo para a da Entidade Reguladora da Comunicação Social.
“Outra questão é olharmos para o futuro, porque, segundo a União Africana, a actividade jornalística não pode ser criminalizada, como prende-los pelo exercício da profissão, antes deviam ser responsabilizados civilmente, como pagar multas”, concluiu.
Desafios da media
O jornalista Nok Nogueira, um dos prelectores do debate que visou assinalar o 31º aniversário do SJA, disse que os grandes desafios da media digital passam pela ciber segurança, porque, nos últimos anos, tem havido um conjunto de ações que visam atacar a imprensa privada e digital.
Nelson Sul, outro prelector, defendeu que os jornalistas tenham maior sentido de responsabilidade e primem sempre pela ética e deontologia profissional. “Tal como não gostaríamos que alguém dissesse inverdades, é preciso que, cada um, se coloque na posição de todos os injuriados. É também uma forma de evitar processos nos tribunais”, referiu.
O prelector apelou, ainda, ao Executivo mais espaço às iniciativas privadas no sector da Comunicação Social.
Fonte: JA