
O congresso da UNITA encerrou-se com um resultado inequívoco: Adalberto Costa Júnior (ACJ) conquistou 1.110 votos (90%), enquanto Massanga obteve 110 votos (10%), reafirmando a liderança de ACJ e consolidando o seu controlo político dentro do maior partido da oposição em Angola.
A vitória esmagadora de Adalberto Costa Júnior não surpreende os analistas, mas impressiona pela margem. O congresso demonstrou unidade interna num momento em que o país enfrenta frustrações sociais crescentes, crises económicas persistentes e um eleitorado cada vez mais cético em relação ao MPLA. A força de ACJ dentro do partido reforça a sua imagem de figura capaz de mobilizar massas e oferecer uma alternativa ao modelo político que governa Angola há quase meio século.
O resultado também representa um recado: a UNITA procura afastar definitivamente os discursos de divisão interna e preparar-se para um ciclo eleitoral decisivo. O apoio quase unânime a ACJ sugere que a militância acredita que apenas uma liderança forte poderá enfrentar o poder estabelecido.
Mas fica no ar a pergunta inevitável — será que desta vez ACJ conseguirá realmente derrubar o MPLA em 2027? A resposta ainda está longe de ser simples. A oposição continua a enfrentar desafios estruturais, desde fragilidades logísticas até questões de fiscalização eleitoral. No entanto, um facto político é inegável: com 90% de apoio interno, ACJ sai deste congresso mais fortalecido do que nunca.
Se essa força interna será suficiente para romper a hegemonia do MPLA nas urnas, só 2027 dirá. Por agora, resta reconhecer o feito e perguntar: será este o início de uma nova etapa da política angolana
Jornalista Siona Júnior