Em entrevista, concedida ao Jornal de Angola em 2021, Carlos Lamartine, em primeira mão, explicou o conteúdo desta obra: “Tenho um livro pronto, ‘Ser poeta em harmonias do silêncio’, que eu chamo uma antologia de versos, porque está composto por todas as minhas principais obras que estão publicada em disco, desde os LP aos CD mais recentes”.
O músico e investigador cultural, doutorado em História, na mesma entrevista falou de outros projectos na altura condicionadas por questões financeiras, como “O perfil histórico do Semba”. Trata-se de um livro especificamente pormenorizado sobre o que é o semba, a sua natureza, perfil, percurso e perspectiva.
Carlos Lamartine realça que “é sobre a música angolana, é um historial resumido da comparticipação de todos os artistas que eu me lembro que participaram no processo da construção da música angolana desde 1932 a 2005. Conto a história de algumas das músicas, tenho o registo cronológico do percurso de todos os artistas que deram esta contribuição e estamos a tentar consolidar este conhecimento com outras contribuições”.
Carlos Lamartine nasceu em Benguela a 29 de Março de 1943, mas foi no Marçal, em Luanda, onde deu os primeiros passos musicais. Foi o regente principal do Grupo Coral Gigante do Acto da Proclamação da Independência de Angola, no dia 11 de Novembro de 1975, e do Coral no Acto da Tomada de Posse do 1º. Governo da República Popular de Angola, que teve lugar na Câmara Municipal de Luanda.
Antigo adido cultural na República Federativa do Brasil, Carlos Lamartine é quadro reformado do Ministério da Cultura. Teve várias distinções, como o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Música, em 2017, e Prémio Carreira no AMA (Angola Music Awards). Foi ainda homenageado no Festival da Canção de Luanda da LAC, em 2013, numa edição onde os concorrentes interpretaram temas de sua autoria.
Fonte: JA