Domingo, Outubro 26, 2025

A PRESENÇA DA LIMA NA CANDIDATURA DE MASSANGA SAVIMBI . O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA FRASE: “A MÃE NÃO ABANDONA O FILHO”

Ser mãe é, culturalmente, sinônimo de sacrifício. Desde cedo, as mulheres são ensinadas a colocar as necessidades dos filhos acima das próprias, a suportar dores e privações como prova de amor.

Por: apostolado
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A frase “A mãe não abandona o filho” é, ao mesmo tempo, um elogio à força materna e um espelho das contradições da nossa sociedade. Costuma ser dita como um símbolo de amor incondicional, de entrega total, de uma ligação que transcende o tempo e as dificuldades. Mas será que compreendemos, de fato, o que ela significa — e o peso que ela carrega?

 

Ser mãe é, culturalmente, sinônimo de sacrifício. Desde cedo, as mulheres são ensinadas a colocar as necessidades dos filhos acima das próprias, a suportar dores e privações como prova de amor. A ideia de que “a mãe não abandona o filho” reflete essa visão idealizada e, muitas vezes, injusta: a de que a maternidade é uma missão sagrada e obrigatória, onde o erro ou a desistência são vistos como pecado.

 

No entanto, há também um sentido mais profundo e humano nessa frase. Ela fala do instinto de proteção, da capacidade de cuidar mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Em contextos de pobreza, guerra ou abandono social, são as mães que, quase sempre, sustentam a esperança — mesmo quando o Estado falha, mesmo quando o mundo lhes vira as costas. Nesse sentido, dizer que a mãe não abandona o filho é reconhecer a resistência silenciosa de milhares de mulheres que, apesar de tudo, permanecem firmes.

 

Mas o amor materno não deve ser interpretado como obrigação eterna. Existem mães que, por razões psicológicas, sociais ou econômicas, não conseguem cumprir esse papel idealizado. E isso não as torna monstros — revela, antes, o fracasso coletivo de uma sociedade que exige heroísmo das mulheres sem lhes oferecer apoio.

 

Portanto, a frase “A mãe não abandona o filho” deve ser vista menos como um mandamento e mais como um chamado à empatia. Não se trata de cobrar das mães uma perfeição impossível, mas de valorizar a coragem que tantas demonstram todos os dias, muitas vezes em silêncio. Que o amor materno continue a inspirar — mas que a sociedade aprenda, finalmente, a cuidar também das mães.

Jornalista Siona Júnior

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