Quinta-feira, Outubro 16, 2025

MÚSICO GOSPEL RAÚL SIMÃO LANÇA A NOVA MÚSICA INTITULADA “EU QUERO SER”: UMA VERDADEIRA ADORAÇÃO A DEUS

Viva a musica religiosa angolana

Por: apostolado
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MÚSICO E COMPOSITOR ANGOLANO ELÍSIO MAGALHÃES “MAN PLIX” CONTÍNUA FIRME NA VERSATILIDADE MUSICAL

Por: apostolado
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PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO INAUGURA CINE ESTÚDIO DA PROVÍNCIA DO NAMIBE

O Chefe de Estado, que regressou ontem a Luanda, disse que o espaço cultural vai ser uma mais-valia para as populações da província do Namibe.

Por: apostolado
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CULTURA COMO MOTOR DE DESENVOLVIMENTO NA PROVÍNCIA DO ICOLO E BENGO

A promoção de eventos culturais, o apoio a criadores locais e a valorização da memória coletiva são vistos como passos fundamentais para aproximar gerações .

Por: apostolado
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JÁ SÃO CONHECIDOS OS 50 FINALISTAS PARA DISPUTAR OS TRÊS LUGARES DO PRÉMIO 50 POEMAS PARA DR AGOSTINHO NETO

A cerimónia de entrega dos prémios está prevista para os próximos meses

Por: apostolado
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CULTURA EM GRANDE: OBRAS DO MESTRE DO SURREALISMO SALVADOR DALÍ CHEGAM À HUÍLA

O representante sublinhou ainda o papel de Angola no panorama africano como ponto de equilíbrio cultural e diplomático, reforçando a ligação da FUNIBER ao país através de projectos académicos e artísticos.

Por: apostolado
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MAGO DE SOUSA ESTREIA-SE NA LITERATURA COM O LIVRO DIPLOMACIA CULTURAL E O SEU PAPEL NA IMAGEM EXTERNA DE ANGOLA.

É importante mesmo que Angola divulgue a sua cultura para o exterior, não é?

Por: apostolado
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Num tempo em que a música gospel muitas vezes se aproxima de padrões comerciais, o cantor e compositor Raúl Simão surge com uma proposta diferente e espiritualmente profunda em sua nova canção intitulada “Eu Quero Ser”. O título, simples e direto, já revela o coração do louvor: o desejo sincero de ser uma verdadeira adoração a Deus — não apenas em palavras, mas em vida.

 

A música, marcada por uma melodia suave e envolvente, carrega uma mensagem de rendição total. É um clamor honesto, que transcende o palco e se transforma numa oração pessoal. Raúl Simão não canta apenas com a voz, mas com a alma. E essa entrega é sentida em cada verso da canção. A produção, embora simples, evita os exageros que por vezes afastam a essência da adoração. Aqui, o foco é a mensagem — e ela chega clara.

 

Mais do que uma canção para ser cantada em cultos ou reuniões, “Eu Quero Ser” é um convite à reflexão individual. Em tempos de fé superficial e religiosidade de aparências, Raúl nos recorda que adorar vai muito além de estar num altar ou ter um microfone na mão. Adorar é viver de forma íntegra, é refletir Deus em atitudes diárias, é ser luz em meio à escuridão.

Num cenário gospel cada vez mais pressionado por números, visualizações e tendências digitais, Raúl Simão escolhe seguir por um caminho mais estreito, porém mais autêntico. E essa escolha merece respeito. Sua nova música não busca apenas agradar ou emocionar — ela quer transformar.

 

“Eu Quero Ser” é, portanto, mais do que uma boa canção gospel. É um manifesto espiritual. Uma oração em forma de música que nos desafia a ir além do rótulo de cristão e nos convida a viver como verdadeiros adoradores.

 

Raúl Simão prova, mais uma vez, que quando a música nasce no altar, ela tem o poder de tocar corações, restaurar vidas e lembrar-nos do que realmente importa: ser, em essência, uma verdadeira adoração a Deus.

Jornalista Siona Júnior

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A cena musical angolana tem testemunhado o surgimento de muitos talentos ao longo dos anos, mas poucos conseguem manter a coerência artística e, ao mesmo tempo, reinventar-se como Elisio Magalhães, o “Man Plix”. Com uma trajetória marcada pela experimentação sonora e pela fusão de estilos, Man Plix continua a surpreender, firmando-se como uma das vozes mais versáteis da música contemporânea em Angola.

 

Desde os primeiros passos na música, percebeu-se que o artista não se deixaria rotular. Do semba ao afrobeat, do kuduro ao soul, passando pelo rap de intervenção, Man Plix construiu uma identidade que foge aos padrões previsíveis da indústria. Essa abertura ao novo, aliada a um lirismo consciente e socialmente engajado, é o que lhe garante não apenas uma base de fãs fiel, mas também o respeito dos seus pares e críticos musicais.

Há quem diga que a versatilidade pode ser um risco — pode confundir o público ou diluir a essência de um artista. Mas no caso de Man Plix, o que se vê é o oposto: é exatamente essa flexibilidade criativa que o mantém relevante. Ele dialoga com diferentes públicos sem perder a autenticidade. Cada novo projeto soa fresco, mas ainda carrega a marca autoral que o distingue.

 

Num mercado onde muitos se rendem às fórmulas fáceis em busca de hits rápidos, Man Plix caminha com a ousadia de quem prefere deixar uma marca duradoura. Seus trabalhos não são apenas entretenimento, mas também reflexões sobre identidade, cultura e sociedade. Isso é música com propósito — e poucos hoje conseguem equilibrar estética e conteúdo como ele.

O futuro da música angolana passa por nomes como o de Man Plix. Ele não apenas representa a nova geração de artistas que pensam globalmente sem abandonar as raízes, como também serve de exemplo de que é possível ser comercial sem ser superficial, e versátil sem ser incoerente.

 

A aposta em Man Plix não é apenas um aplauso ao seu talento, mas também uma celebração à coragem de ser múltiplo num mundo que insiste em rotular.

Jornalista Siona Júnior

Click no link: https://www.youtube.com/@elisiomagalhaes

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O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, ontem, na cidade de Moçâmedes, o Cine Estúdio do Namibe, que se encontrava na condição de inacabado há cerca de 50 anos.

 

O Chefe de Estado, que regressou ontem a Luanda, disse que o espaço cultural vai ser uma mais-valia para as populações da província do Namibe.

 

“É uma obra que começou no tempo colonial, em 1975, e ficou paralisada até aos dias de hoje”, fez saber o Presidente João Lourenço, que se fez acompanhar nesta visita de trabalho à província do Namibe pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.

O Chefe de Estado agradeceu à empresa japonesa Toyota Tsusho Corporation, que concluiu a construção do Cine Estúdio do Namibe, no âmbito da sua responsabilidade social.

 

Rebaptizado com o nome “Cine Estúdio Centro Cultural Mussungo Bitoto”, o espaço está, agora, apto para receber os fazedores de artes que decidirem escolher o local para apresentação dos seus trabalhos.

 

O governador do Namibe referiu que a inauguração do Cine, a poucos dias de o país completar 50 anos de Independência, simboliza a reabertura do que chamou de portas de um sonho que resistiu ao tempo, à guerra, ao silêncio e que volta, agora, a erguer-se renovado como símbolo de memória de identidade e do compromisso com o futuro das jovens gerações.

“As suas paredes vazias tornaram-se para várias gerações de namibenses símbolo daquilo que poderia ter sido e daquilo que um dia voltaria a ser, para o orgulho de cada um dos filhos desta terra. Meio século depois, esse dia chegou e chegou porque o Projecto Integrado de Desenvolvimento da Baía de Moçâmedes não se limitou a erguer importantes terminais portuários e infra-estruturas logísticas. Foi mais longe, integrando a dimensão cultural como parte do conceito de desenvolvimento local com uma dimensão humana relevante”, destacou Archer Mangueira.

 

Administração da Toyota

 

Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da Toyota Tsusho Corporation, Ichiro Kashitani, ressaltou que, apesar de o edifício estar em silêncio por muitos anos, não deixou de representar um símbolo da valorização da cultura de várias comunidades que compõem a província do Namibe.

 

“Vimos e reconhecemos que o Cine Estúdio é um centro de criatividade, intercâmbio artístico e transmissão de cultura para as próximas gerações, razão pela qual decidimos investir no âmbito da nossa responsabilidade social”, afirmou.

 

O director provincial da Cultura e Turismo, Aurélio Ngulawa, avançou que o Gabinete que lidera vai levar a cabo, nos próximos tempos, um encontro de trabalho com a classe artística da província, no sentido de unificar ideias que concorram para o bom funcionamento da infra-estrutura.

 

José Albertino “Cangato”, músico da praça local, disse não ver a hora de pisar o palco do Cine Estúdio, que disse ter sido um dos locais onde brincou, enquanto se encontrava abandonado.

“Foi uma óptima escolha priorizar a reabilitação do Cine Estúdio, que há muito fazia falta aos fazedores de arte da província. A reabilitação deste património, antes adormecido, representa a aceitação das artes por parte de quem governa. Estou muito grato por este grandioso feito”, declarou o músico.

 

A conclusão das obras do Cine respeitou a sua estrutura arquitectónica original, que se parece a uma nave.

 

O novo novo espaço cultural, tal como esclareceu o governador Archer Mangueira, é uma homenagem à cultura Himba, Herero, Mucubal e outras, que caracterizam o mosaico cultural do Namibe.

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O Icolo e Bengo, terra de raízes históricas profundas e de tradições que moldam a identidade nacional, volta a afirmar-se como palco de iniciativas que unem conhecimento, inovação e empreendedorismo. O recém-criado Consórcio de Jornalistas e Empreendedores da província  surge com uma missão clara: colocar a cultura no centro das estratégias de desenvolvimento social e económico.

 

Mais do que expressão artística, a cultura é entendida pelos membros do consórcio como um património vivo, capaz de gerar oportunidades de negócio, criar emprego e fortalecer o sentido de comunidade.

A promoção de eventos culturais, o apoio a criadores locais e a valorização da memória coletiva são vistos como passos fundamentais para aproximar gerações e inspirar novas formas de empreender.

Segundo os responsáveis, a aposta na cultura permitirá não apenas divulgar talentos locais, mas também atrair investimentos e dinamizar o turismo na região. “Não podemos falar de desenvolvimento sustentável sem colocar a cultura no centro. É ela que dá identidade, coesão social e cria uma base sólida para qualquer iniciativa empreendedora”, afirmou um dos representantes do consórcio.

 

Neste contexto, o papel dos jornalistas assume particular relevância. Como guardiões da informação e narradores da realidade local, serão eles os responsáveis por dar voz aos projetos, divulgar as conquistas e denunciar os desafios que afetam a comunidade. O consórcio acredita que esta aliança entre comunicação e empreendedorismo será essencial para transformar ideias em resultados concretos.

 

O Icolo e Bengo, conhecido por sua importância histórica e cultural, tem agora a oportunidade de se projetar como um polo de inovação, onde tradição e modernidade caminham lado a lado. A cultura deixa de ser apenas um símbolo, para se afirmar como motor de crescimento económico e social, num modelo que poderá servir de inspiração para outras regiões do país.

Siona Júnior

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A organização do Prémio Literário 50 poemas para Dr Agostinho Neto confirmou esta semana a inscrição de 50 concorrentes, oriundos dos municípios da província do Icolo e Bengo, que irão disputar os três lugares de destaque na edição deste ano 2025. O anúncio reforça a importância do galardão, criado para valorizar a literatura nacional e incentivar o talento criativo dos escritores angolanos.

 

Segundo o comité organizador, os candidatos apresentam obras nas mais diversas categorias, que vão desde a poesia à prosa, refletindo a riqueza cultural e linguística de Angola. A seleção será feita por um júri composto por académicos, críticos literários e personalidades ligadas à cultura, que terão a responsabilidade de escolher os vencedores de acordo com critérios de originalidade, qualidade literária e relevância temática.

 

O Prémio 50 poemas para Dr Agostinho Neto, instituído em homenagem ao primeiro Presidente de Angola, procura também preservar e promover o legado cultural e histórico do país, incentivando novas gerações de escritores a darem continuidade à produção literária nacional.

 

A cerimónia de entrega dos prémios está prevista para os próximos meses e promete ser um dos momentos mais aguardados no calendário cultural angolano.

És a lista dos concorrentes

LISTA DOS CONCORRENTES QUE VÃO DISPUTAR OS TRÊS PRIMEIROS LUGARES:

  1. Andrade Jamba Cassuqui Epalanga/50 Poemas de Neto nas Minhas Nas

Minhas Veias

  1. Airolines Teixeira Manuel/Voz de um Povo
  2. Bento Manuel Paca/Da Sagrada Esperança ao Amanhecer
  3. Catarina Teixeira Tavares/Neto, Filho de Catete
  4. Costa Vicente/Tudo Sobre Neto
  5. Eliene de Fátima Correia dos Santos/50 Poemas para Neto
  6. Garcia Capiólogo/Ainda te Ouço
  7. Guimarães Nduva/Tu, És Agostinho Neto
  8. Leandra da Silva Agostinho/Guerreiro Neto
  9. Leonardo António Tchipuapua Calembe/Caminhos de um Herói
  10. Victória Mendes/Neto Presente
  11. Nzuzi Luísa Tavares/Saudades do Primeiro

…………………………………………………………………………………………….

 

LISTA DOS CONCORRENTES QUE VÃO CONSTAR DA COLECTÂNEA “50 POEMAS PARA NETO”

 

  1. António Miguel Agostinho/Sentei Para Escrever
  2. Abraão Nassapalo Faria/Sou a Parte da Liberdade
  3. Alfredo Tchipuapua Januário
  4. Alúzio Domingos Capaxo Freitas/Manguxi
  5. Cipriano António Mucumbe /Neto Ainda Vive
  6. Domingos Massone/Não é Gesto, Mas o Passo é Nosso.
  7. Eduarivânia Gonçalves/Memória Viva
  8. Edvaldo Difuidi Nguindo/Lembrar o Grande Poeta
  9. Emanuel Domingos Cordeiro Alves/Agostinho Neto Poeta e Líder
  10. Ezequiel Ventura
  11. Fabiana Rafael/Trofeu de Luta e Liberdade.
  12. Filipe Chilola/Meio Século de Voz
  13. Figueiredo Minguel Gombo/Saudações
  14. Gabriel Jose Kapingala/Poesia
  15. José Emílio Capitango /Que Haja Neto
  16. Juliana Samuel Tomás/Poeta do Povo
  17. João Agostinho/Trajectória de um Gigante
  18. João do Rosário João Kissanga/Agostinho Neto Voz da Pátria
  19. Jordão Paulo José Afonso/
  20. Luís da Cruz/Hoje eu Sou Livre
  21. Mateus Fernando Abel/Angola do Neto é Também Minha Angola
  22. Mauro Isidro/Este Lugar
  23. Marcelo Magalhães e Victor Hossi/Agostinho Neto
  24. Nicolau Moises Tussamba/A Esperança em Quem se Espera
  25. Paulino André Manuel/Saudades do Tempo do Agostinho Neto
  26. Paulo Bunga Domingo/
  27. Paixao Gonçalves Cahanda
  28. Pedro Matoso dos Santos/Cascos de um Passado
  29. Sandra Francisco do Nascimento Neto/Juro
  30. Tamagino António Cadate/Canção da Independência
  31. Ylson Adao Menezes/O Poeta Presidente
  32. Jóse Cambuete Tchitalene
  33. Zeca Mbuety/Eu Disse Sim a Sua Excelência
  34. Veloso Cacunga Buta /O Cantar das Balas

 

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O Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla (ISCED) é o palco que vai receber obras de arte inéditas de Salvador Dalí.

A exposição “A Conquista do Cosmos”, inteiramente dedicada ao mestre do surrealismo e uma das figuras emblemáticas da arte do século XX, estará aberta aos apreciadores, professores, estudantes e o público huilano até 31 de Agosto, com entrada gratuita.

Depois de uma primeira apresentação em Luanda, esta é a segunda etapa do roteiro nacional de exposição de obras deste conceituado pintor espanhol, que traz ao Lubango um conjunto completo e exclusivo de 11 gravuras originais, produzidas em 1974, assinadas

a lápis pelo próprio artista e numeradas dentro de uma edição limitada de apenas 195 exemplares em todo o mundo.

A cerimónia de abertura da exposição no ISCED Huíla contou com a presença de José Amaro, representante da FUNIBER e da Universidade Internacional do Cuanza (UNIC), que destacou a importância da iniciativa.

“A inauguração desta extraordinária exposição, organizada em parceria com a Embaixada de Espanha em Angola, a FUNIBER, a Universidade Internacional do Cuanza, a Universidade Europeia del Atlântico e com o apoio da ENSA – Seguros de Angola e da AJS, marca a estreia em Angola desta colecção específica. É também uma forma de reafirmar o nosso compromisso com Angola, especialmente neste ano em que se celebram os 50 anos de independência.”

O representante sublinhou ainda o papel de Angola no panorama africano como ponto de equilíbrio cultural e diplomático, reforçando a ligação da FUNIBER ao país através de projectos académicos e artísticos.

Por sua vez, Amália Quintão, Administradora da ENSA, frisou que a iniciativa vai ao encontro da estratégia da empresa de descentralizar o acesso à cultura, levando arte de referência internacional para além da capital do país.

“Esta exposição é mais do que uma mostra artística. É uma ponte cultural entre Angola e o mundo e uma oportunidade única de contacto directo com a visão genial de Salvador Dalí.”

“A Conquista do Cosmos” é parte integrante do acervo da FUNIBER e apresenta um Salvador Dalí maduro, experimental e profundamente visionário, transportando o visitante para um universo onde a imaginação e a técnica se encontram em perfeita harmonia.

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Mago De Sousa justifica este novo desafio da seguinte forma: Só para ter uma noção, já passei por mais de 12 países a levar aquilo que é a nossa cultura e, entretanto, motivei-me através de alguns estudos com amigos e acadêmicos da Universidade Nova de Lisboa. Escrevi a obra intitulada Diplomacia Cultural e o Seu Papel na Imagem Externa de Angola.

 

Sabe-se que quando se promove a cultura a nível internacional tem relação direta com a política externa do país. A promoção dos nossos valores, das nossas crenças, da nossa tradição não tem sido feita da forma como gostaríamos de comunicar para o exterior. Uma particularidade interessante, e infelizmente é assim: por exemplo, se for ao Brasil e falar sobre Angola, muitos pensam que África é um país e muito pouco sabem sobre a cultura africana, angolana.

 

É importante mesmo que Angola divulgue a sua cultura para o exterior, não é? É importante, uma vez que nós celebramos este ano 50 anos de independência. Vou só fazer aqui um enquadramento rápido. Se olharmos para alguns exemplos, como a Inglaterra: em 1960, a 21 de julho, nascia o grupo Os Beatles. Os Beatles tornaram-se na maior influência da cultura de Londres, a partir da cidade de Liverpool, para o mundo.

 

Entretanto, países que não tinham boas relações com a Inglaterra começaram a ter curiosidade em saber mais sobre o país através do conjunto musical Os Beatles. Portanto, eu olho para o nosso país como uma potência em termos de cultura. Por tudo aquilo que tenho como experiência, pela minha vivência, acho que a percepção que o mundo tem de Angola não é errada, mas também não é real.

 

É importante nós tentarmos passar alguns elementos importantes da nossa cultura e torná-la o ponto mais alto da nossa imagem lá fora. Acha que, através da nossa música, também é possível, como os Beatles fizeram, despertar o interesse do exterior por Angola? É possível. Temos agora um exemplo claro: a Kizomba hoje é, se não o terceiro, o quarto estilo musical mais consumido na Europa. Tornou-se uma febre. Há mesmo interesse. Conheço mais de 50 ou 60 pessoas com quem já me cruzei aqui nas ruas de Luanda e que vieram conhecer o nosso país por intermédio dos festivais em que participei.

 

Isso faz com que venham turistas a conhecer o país, com que tenham interesse em investigar a nossa cultura e, consequentemente, que tragam investimento financeiro. Como dizia o geopolítico americano Joseph Nye, a diplomacia cultural é a capacidade de persuasão e atração, e a perceção dos outros países sobre aquilo que é nosso.

 

Acho que tudo neste livro faz sentido ao momento que o nosso país vive. Como já disse há pouco tempo, volto a frisar: somos uma potência. E vejo a forma como o mundo quer conhecer Angola. Já têm acompanhado os movimentos da Kizomba por este mundo afora. E não só a Kizomba. Por exemplo, neste serviço informativo, vamos passar uma peça relacionada a uma japonesa que não fala português, mas dança kuduro como ninguém. É tudo parte da nossa cultura.

 

Só para realçar, há pouco tempo gostei quando entrei cá ao estúdio e a caríssima jornalista e outra senhora falavam com entusiasmo sobre assistir ao jogo do Afro Basquetebol. Eu acho que essas manifestações culturais e desportivas é que unem o país e fazem com que as pessoas tenham curiosidade em saber mais sobre nós. O que nos une, no final do dia, são as grandes manifestações culturais.

 

Falei nesta obra dos Beatles, da Kizomba. Tudo o que é cultural ajuda no crescimento socioeconómico de uma sociedade. Educa. Antes de começarmos a entrevista, falávamos que despertámos o interesse em conhecer Hollywood e os Estados Unidos através dos filmes e séries que vimos. Acha que é possível também fazermos o mesmo aqui? Despertar o interesse estrangeiro através da arte? É possível.

 

Só para ter noção, o pessoal que vem de fora para Angola faz planos de férias, quer estar num sítio acomodado, o que gera investimento — na hotelaria, na gastronomia e tudo mais. O conceito de diplomacia cultural começa com a Aliança Francesa. Depois surgiram outros movimentos como o American House, o British Council, e estes países são exemplo para muitos países africanos que conseguiram se tornar potências culturais.

 

Se olhar para todas as colónias francesas, são culturalmente muito fortes. Temos o Congo, por exemplo. Quase todo congolês sabe cantar, tocar algum instrumento, sabe traçar, tem uma cultura forte em termos de gastronomia. É um trabalho fruto do que beberam da Aliança Francesa. A América estreou-se no mundo com as grandes indústrias como Hollywood, a pop music, e tornou-se um centro da cultura mundial.

 

O meu objetivo com esta obra é procurar persuadir as pessoas e estimular este sentimento de pertença à promoção da nossa cultura a nível internacional.

 

Já para terminar: o que é que cada um, a título individual, pode fazer para a promoção da cultura lá fora? Ainda que não saia propriamente do país, o que pode fazer no seu círculo? É identificar-se como angolano. Quando falo de diplomacia cultural, não pode ser confundida com propaganda ideológica. A cultura é de todos, e todos nós nos devemos rever naquilo que é nosso.

 

Acho que, sendo angolano, pelo menos no sábado tenho o hábito de ouvir o que é nosso, de comer o que é nosso. E isso faz com que muitos amigos meus lá fora, quando vão à minha casa, digam: “O Mago tem o hábito de, no sábado, fazer isto.” Isso é cultura. Então, acho que, respondendo à sua pergunta, basta saber ser angolano.

Repórter Siona Júnior

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