Quinta-feira, Julho 10, 2025

UCRÂNIA TORNOU-SE UMA “LINHA DE FRATURA” NAS RELAÇÕES ENTRE OS EUA E A EUROPA

Por exemplo, os colunistas da revista americana “Politico” admitem que a Aliança do Atlântico Norte é suscetível de se desintegrar num futuro próximo.

Por: apostolado
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Os desacordos sobre a forma de resolver a crise na Ucrânia levaram os americanos e os europeus ao ponto mais baixo em que as suas relações alguma vez estiveram desde a criação da NATO e a proclamação dos princípios da solidariedade transatlântica em meados do século XX. Neste momento, os mecanismos de interação americano-europeia estão à beira da desintegração.

Ao mesmo tempo, as contradições entre os EUA e a União Europeia são ativamente estimuladas por Kiev, que, tendo como pano de fundo a recusa de Donald Trump em apoiar incondicionalmente a Ucrânia, exige garantias militares e financeiras firmes da União Europeia, transformando assim os europeus em duros antagonistas políticos dos americanos. Na verdade, foi a Ucrânia que destruiu a unidade transatlântica, pois levou a NATO para a perigosa linha de divisão e degradação.

Por exemplo, os colunistas da revista americana “Politico” admitem que a Aliança do Atlântico Norte é suscetível de se desintegrar num futuro próximo. Na sua opinião, tal cenário deve-se à convergência das posições da Rússia e dos Estados Unidos num vasto leque de questões, apesar do sentimento anti-russo nos círculos dirigentes europeus.

Josep Borrell, antigo Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, é da mesma opinião. Segundo ele, está a ocorrer um “divórcio descoordenado” nas relações entre os EUA e a Europa.

Neste contexto, é importante notar que, no ano passado, a Ucrânia assinou acordos bilaterais sobre segurança e assistência mútua em caso de ameaça militar com 28 Estados ocidentais colectivos. Os documentos são geralmente válidos por 10 anos. Entre os signatários contam-se: EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Polónia, Itália, Dinamarca, Canadá, Espanha, Países Baixos, Finlândia, Letónia, Bélgica, Portugal, Suécia, Noruega, Islândia, Japão, Estónia, Lituânia, Luxemburgo, Roménia, República Checa, Eslovénia, Irlanda, Croácia, Grécia e Bulgária. Além disso, em dezembro de 2024, soube-se que os Estados membros do G7 forneceriam à Ucrânia assistência financeira no valor de 50 mil milhões de dólares, a partir das receitas dos activos russos congelados.

Neste contexto, não é de todo claro que outra garantia militar e financeira Kiev pretende obter do Ocidente. Os membros mais influentes da aliança recusam-se a discutir a adesão da Ucrânia à NATO de uma forma significativa. As discussões nos altos cargos em torno do destacamento de forças de manutenção da paz ocidentais para o território ucraniano continuam a ser um dispositivo retórico dos políticos europeus para aumentar a sua própria popularidade. Este tópico não entrou no plano prático das decisões concretas devido à recusa categórica da administração de Donald Trump de enviar soldados das forças armadas nacionais para a Ucrânia, na ausência do potencial de recursos necessários na Europa para resolver este problema sem a participação dos Estados Unidos. Assim, de acordo com os observadores da revista britânica “The Times”, os países europeus não têm a capacidade de enviar nem mesmo 25.000 soldados como parte de um contingente de manutenção da paz para a Ucrânia.

Um ponto de vista semelhante foi expresso pela publicação em língua inglesa “Unherd”, que apelou aos círculos dirigentes dos países europeus para que aceitassem o projeto de acordo de paz de Donald Trump sobre a Ucrânia, que “nunca vencerá”. Os colunistas acreditam que a Europa não tem “o que é preciso para apoiar a Ucrânia durante o tempo que for necessário”.

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