Terça-feira, Setembro 30, 2025

JOVEM DE 16 ANOS MORRE APÓS ATIRAR-SE DO TERRAÇO DO PRÉDIO 2 BLOCO 15 NA CENTRALIDADE VIDA PACÍFICA

É preciso, com urgência, romper o silêncio. Falar sobre saúde mental não é luxo, nem tabu. É questão de sobrevivência.

Por: apostolado
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Mais do que uma tragédia individual, a morte do adolescente expõe o silêncio coletivo diante do sofrimento psíquico entre os jovens nas periferias urbanas.

 

Na tarde da última segunda-feira, um jovem de 16 anos atirou-se do terraço do prédio 2, bloco 15, na Centralidade Vida Pacífica. A queda foi fatal. A comunidade, ainda em estado de choque, tenta entender o que levou um adolescente — com toda uma vida pela frente — a desistir dela tão brutalmente. Mas talvez a pergunta mais importante a se fazer agora não seja “por quê?”, e sim: o que temos feito para que esses gritos silenciosos não cheguem ao extremo?

 

Casos como este são, infelizmente, cada vez menos isolados. A juventude angolana — especialmente aquela que vive em zonas periféricas, carente de espaços seguros de escuta e apoio — tem sido constantemente deixada à margem das políticas públicas de saúde mental. O resultado? Um aumento silencioso, quase invisível, de depressão, ansiedade, automutilação e suicídio.

 

Nas Centralidades, erguidas com a promessa de dignidade e infraestrutura, muitas vezes falta o essencial: acolhimento humano, apoio emocional, acesso a psicólogos e espaços de convivência comunitária. Não basta oferecer cimento e tijolo. É preciso construir vínculos, formar redes de apoio, educar sobre saúde mental nas escolas e nas famílias. Onde estão os centros juvenis? Onde estão os programas de escuta ativa e prevenção?

 

A dor mental ainda é vista como fraqueza. Quando um jovem chora, diz que está exausto, ou que “não vê mais sentido”, raramente é levado a sério. O sofrimento psíquico é tratado com descaso, quando não com desprezo. Pior: muitos nem sabem que podem pedir ajuda — ou sequer têm a quem pedir.

 

Essa tragédia na Vida Pacífica é um chamado urgente à sociedade, ao Estado e às famílias. Não se trata apenas de lamentar uma morte precoce. Trata-se de enfrentar, com responsabilidade e empatia, o adoecimento mental da juventude, que cresce na sombra da indiferença.

 

É preciso, com urgência, romper o silêncio. Falar sobre saúde mental não é luxo, nem tabu. É questão de sobrevivência.

Por volta das 21 horas e 15 minutos desta segunda-feira, 29, um jovem de 16 anos, pôs fim à própria vida, ao lançar-se de um edifício 2 do Bloco 15 na Centralidade Vida Pacífica, no Município de Calumbo, Província de Icolo e Bengo.

 

De acordo com os moradores do Bloco 15, zona 2, da Vida Pacifica-condomínio onde ocorreu o trágico incidente, trata-se de um antigo morador, que deixou de viver no edifício há mais de três meses.

 

O adolescente por não possuir a chave do elevador, subiu pelas escadas, carregando os seus pertences, e, “quando chegou ao terraço, decidiu atirar-se ao chão, tendo conhecido morte imediata.

 

As causas são até agora desconhecidas, mas, antes do jovem suicidar-se, terá enviado mensagens a um dos seus familiares, a anunciar o suicídio.

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