SOCIEDADE KONDA MARTA: CAMPONESAS AGUARDAM POR INDIMNIZAÇÃO HÁ MAIS DE VINTE ANOS.

A novela “Konda Marta” parece estar longe do fim, depois de termos acompanhado mais um capítulo com destaque aos últimos pronunciamentos da senhora Konda Marta uma das sócias, sobre ter apenas consciência da existência de aproximadamente 35 camponesas, contrariamente ao actual número que ronda os mais de 300 que a Reportagem da Rádio Casimiro constatou no local.

 

HISTORIAL DO SURGIMENTO DA EMPRESA

 

Informações apontam que tudo começou nos anos 1992 quando a senhora Konda Marta venceu o concurso público do Ministério da Agricultura e Florestas para gerir um vasto espaço na zona do 11 de Novembro, Município de Talatona, em Luanda, onde já existiam camponesas e que uma das exigências era que a senhora Marta devia indimnizá-las.

 

Foi então nesta altura que junto do senhor Daniel Afonso Neto decidiram criar uma sociedade registada no Diário da República na III Série, 180/2018, com dentre várias actividades, a cedência e loteamento de terrenos, e têm para além destes, os senhores Tânia Marta Teixeira, Maurício Amado Nzulo e Ndalama Hogan André (já falecidos) como sócios.

 

Foi então nesta altura que começaram os problemas de supostas invasões, e o envolvimento de altas patentes das Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional com destaque para o actual Comandante Municipal de Talatona Sub Comissário Joaquim Rosário e Políticos do MPLA como Bento Bento.

 

PROBLEMAS DE INVASÃO

 

Em entrevista exclusiva a Rádio Casimiro Joana Magita, Chefe das Operações da Empresa revelou tratar-se de falta de “coração e humanização” os pronunciamentos de Konda Marta sobre as camponesas, e a acusou de estar a aliar-se com aquele que denominou de “pior inimigo das camponesas” o Sub Comissário Joaquim Rosário.

 

“Ela pensa que o Rosário vai lhe dar alguns condomínios, casas ou até que o dinheiro que recebe para estar contra nós vai lhe deixar rica, está muita enganada” denunciou, acrescentando que a maior parte dos complexos residenciais situados nesta zona pertencem ao Comandante de Talatona.

 

Mimosa Camango, filha de uma camponesa, chamou a senhora Konda Marta de ingrata, porque estas sempre estiveram interessadas em trabalhar e nada mais além do que isto.

 

“Nós fomos nascidas aqui. E a Konda Marta ainda não existia, só depois é que ganhou concurso em 92, e não éramos só 30 camponesas, mas milhares, porque algumas acabaram por se ir em embora, porque exigiam a inserção na Caixa Social ou pelo menos indimnização.

 

A camponesa que lamentou a actual situação difícil que atravessam, desafiou a senhora em causa a constatar in loco o estado das terras que “ela estragou”, já não estamos a intender nada meu irmão.

 

“Nós queremos que eles venham aqui, a senhora e o Comandante Rosário para nós vermos quem tem razão, e quem não tem”.

 

O Director Geral da empresa e Sócio, Daniel Afonso Neto, visivelmente agastado pelas constantes perseguições e detenções ilegais de quem tem sido vítima das autoridades policiais, garantiu que a sua sócia não conseguirá “prejudicar”, e frisou estarem firmes, para além de desafiá-la a indimnizar as senhoras, tal como devia ser.

 

“Ela não tem nada a perder, nem a ganhar, o que lhe interessa é ter um tecto para dormir, e o resto não interessa” lamentou, referindo-se a situação precária e desumana que as camponesas são forçadas a estar, para defenderem os seus terrenos dos “marimbondos”.

 

Este responsável mostrou-se igualmente preocupado com o silêncio do Comandante Provincial de Luanda Francisco Ribeiro, bem como de outras autoridades sobre o problema que já perdura há sensivelmente três anos.

 

A nossa reportagem vai no próximo capítulo tentar trazer a nova versão de Konda Marta, bem como outros intervenientes deste conflito.

Em actualização…

 

Repórter Delgado Teixeira

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