O Presidente da República, João Lourenço, exortou, segunda-feira, os novos vice-governadores das províncias de Luanda, Malanje e Namibe, nomeadamente, Jorge Miguêns Augusto, Franco Mufinda e Abel do Rosário Kapitango, a auxiliarem os governadores no processo de diversificação da economia e do desenvolvimento sócioeconómico do país.
O Presidente da República lançou o repto aos novos auxiliares de Manuel Homem, Marcos Nhunga e Archer Mangueira durante o momento em que os empossava nas funções, numa cerimónia realizada no Palácio Presidencial, que contou com a presença da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, de vários membros do Executivo e do seu Gabinete.
“Os votos que eu faço é que ajudem os senhores governadores a cumprirem com esta grande responsabilidade, que é de todos nós”, destacou o Titular do Poder Executivo, lembrando que o combate, hoje, já não é, “felizmente”, contra a pandemia da Covid-19, mas pela conquista destes dois desideratos. “Aproveito a ocasião para fazer votos de que tenham muitos sucessos no desempenho das novas funções que passam a exercer a partir da data de hoje”, concluiu João Lourenço.
Jorge Miguêns Augusto, Franco Mufinda e Abel do Rosário Kapitango foram nomeados pelo Presidente da República na quarta-feira (25 deste mês), em substituição de Gilson dos Santos Antunes Carmelino, Domingos Manuel Eduardo e Anica Josina Pascoal de Sousa, para os cargos de vice-governador para o Sector Económico e para o Sector Político, Social e Económico, este último exercido apenas por Franco Mufinda e Abel do Rosário Kapitango.
No discurso feito por ocasião da 5ª edição da Expo Indústria, realizada em Março deste ano, em Luanda, sob a égide do Ministério da Indústria e Comércio, o Presidente da República referiu que o alcance dos objectivos de crescimento e diversificação da economia, melhoria dos níveis de emprego, do progresso e bem-estar social dos cidadãos passa pelo desenvolvimento sustentável da Indústria Nacional.
O Chefe de Estado ressaltou, naquela ocasião, que, apesar dos constrangimentos provocados pela pandemia da Covid-19, a nível mundial, a indústria transformadora nacional mostra-se “bastante resiliente”. A título de exemplo, disse que o Instituto Nacional de Estatística (INE) destaca a variação positiva da produção no ramo alimentar, com realce para a moagem de cereais e fabricação de amidos e féculas, produção de bebidas e processamento de tabaco.
O Titular do Poder Executivo referiu que a taxa de crescimento do PIB real para a indústria transformadora registou, de 2018 a 2022, um acumulado de 7,7 por cento, com destaque para 2022, em que se notou um crescimento de 6 por cento, superando a projecção prevista no Orçamento Geral do Estado para aquele ano.
Neste mesmo período, prosseguiu o Chefe de Estado, foram aprovados e implementados, no âmbito do investimento privado, mais de duzentos novos empreendimentos de grande impacto no domínio da Indústria Transformadora, distribuídos pelas províncias e nos mais variados subsectores de actividade, contribuindo com mais de dez mil postos de trabalho, com maior foco para o sector da Alimentação – uma aposta do Executivo no aumento da produção industrial, com vista ao garante da auto-suficiência em bens essenciais de consumo.
De modo a manter este ritmo, o Presidente da República, João Lourenço, disse ser necessário continuar a estimular e a impulsionar o aumento da produção nacional, para reduzir os preços, as importações, aumentando as exportações e fazer face à competitividade decorrente da adesão do país aos protocolos da Zona Livre da SADC, à Zona de Comércio Livre Continental Africana e à Zona de Comércio Livre Tripartida.
Para tal, o Chefe de Estado defendeu a necessidade de se continuar a fazer um esforço organizado, sistemático e persistente, a fim de atrair o investimento privado nacional e estrangeiro, para que o país esteja na rota certa de nível de industrialização estabelecido pela SADC, fixando o olhar, sobretudo, para a Zona de Comércio Livre Continental.
O Presidente da República admitiu, no entanto, não ser uma tarefa fácil, na medida em que a concorrência entre os países para atrair investimento directo estrangeiro é “bastante forte”. “Mas, como acreditamos que é possível e necessário caminharmos juntos, com o investimento privado, vamos industrializar o país”, assegurou João Lourenço, tendo acrescentado que outro dos objectivos a serem alcançados, com recurso ao investimento público ou público-privado, passa pelo aumento e melhoria da rede de estradas, da oferta de água e de energia eléctrica, para a electrificação do país.