EXECUTIVO VAI CONTINUAR A HONRAR O SACRIFÍCIO DOS ANTIGOS COMBATENTES

O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, enalteceu, domingo, no Sumbe, província do Cuanza-Sul, os feitos e a bravura demonstrados pelos Heróis do 4 de Fevereiro de 1961, que tornaram possível o início da luta armada, em diferentes etapas e frentes, culminando com a Independência, a 11 de Novembro de 1975.

 

Discursando no acto central alusivo ao 63º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, assinalado ontem, Liberdade disse que a data marcou o virar da página da História de Angola, graças ao heroísmo dos revolucionários de catanas contra o poder colonial, mostrando ao mundo a determinação do povo angolano pela liberdade.

 

João Ernesto dos Santos “Liberdade” lembrou que o 4 de Fevereiro de 1961 é um dos símbolos da resistência do povo angolano, inspirado no espírito dos heróis da histórica data, juntando-se aos maiores ícones da luta contra a opressão estrangeira, nomeadamente Ngola Kiluanje, Mandume Ndemufayo, Ekuikui, Njinga Mbande e tantos outros.

 

O governante referiu que, numa viva e inapagável lembrança, são passados 63 anos desde que naquela gloriosa madrugada destemidos patriotas, com vozes e punhos cerrados, arriscaram a vida para o bem-comum e a construção de uma nação livre e una.

 

Segundo o ministro, o 4 de Fevereiro de 1961 abriu o percurso da luta armada para a libertação nacional até à conquista da Independência, a 11 de Novembro de 1975, tendo destacado a entrega e abnegação dos comandantes Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Soto Mayor, Raúl Leão e outros.

 

“O 4 de Fevereiro de 1961 constitui uma data inesquecível na História do país, pelo facto de terem sido protagonizadas acções dos combatentes que, com coragem, lançaram as bases para outros processos de luta armada, que propiciaram a conquista da Independência e sua preservação, da reconstrução, da paz e da reconciliação entre os angolanos. E para a construção de um futuro de desenvolvimento e progresso para todos”, sublinhou João Ernesto dos Santos “Liberdade”.

 

Informou que em 2025, o país vai celebrar 50 anos da proclamação da Independência Nacional, daí a necessidade de honrar os heróis e da transmissão do testemunho às novas gerações, considerando importante deixar um legado de amor à Pátria e de abnegação ao trabalho em prol da satisfação e criação das melhores condições para os angolanos.

 

“Nas celebrações dos 50 anos da Independência, todos os angolanos são chamados a participar desta grande festa, em que celebraremos uma das datas que traduz uma das conquistas e de perdão do povo, em honra à memória dos heróis combatentes da liberdade”, frisou o ministro.

 

 

Desafios do Executivo

 

João Ernesto dos Santos “Liberdade” enfatizou que a celebração do 63º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional acontece num momento muito importante do país, em que o Executivo prossegue com os desafios consubstanciados na melhoria das condições sociais da população, através da diversificação da economia e a atracção de investimento privado nacional e estrangeiro, além do contínuo combate à corrupção e ao nepotismo.

 

Acrescentou que o Governo continua empenhado em garantir o crescimento harmonioso de Angola, apostando nos factores de desenvolvimento social e económico, para honrar os esforços de todos quantos um dia lutaram pela libertação do povo, bem como para os que se empenham de modo a mitigar as diferenças sociais e oferecer aos angolanos condições de vida mais dignas.

 

O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria referiu, igualmente, que estão em execução no país vários programas, baseados no aumento da produção interna de bens e serviços, fomento da produção agropecuária, pesqueira e outras, para a garantia da oferta de bens alimentares de grande consumo.

 

Considerou essencial a defesa dos interesses superiores da nação para a consolidação da unidade e a coesão da nação, por serem as premissas fundamentais para que Angola seja um país desenvolvido e respeitado no mundo.

 

“Temos de estar unidos para termos um país em constante crescimento, que unidos possamos prosseguir com a construção de um país próspero, por via da integração e participação de todos no sistema económico, na senda da inclusão social, como factor primordial para o desenvolvimento”, disse o governante.

 

Entre as conquistas alcançadas, apontou os benefícios obtidos com a implementação do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), que tem aumentando a qualidade de vida de muitos angolanos e anunciou que os Governos Provinciais vão continuar a desenvolver outros projectos. Depois de concluídos, acrescentou Liberdade, vão propiciar o aumento de mais infra-estruturas sociais, como escolas e unidades sanitárias.

 

Aos jovens, o ministro aconselhou para a aposta na formação académica, técnico-profissional para se afirmarem no mercado de trabalho e a melhorarem a qualidade dos serviços, além de colmatarem o défice de quadros na Função Pública, bem como a se absterem de actos ilícitos, que podem dificultar o desenvolvimento e o crescimento socioeconómico do país.

 

 

Símbolo da resistência

 

O governante sublinhou que foi na província do Cuanza-Sul onde se travou a Batalha do Ebo, 12 dias depois da Independência Nacional, quando tropas invasoras  do então regime racista sul-africano  tentaram, desesperadamente, chegar a Luanda, numa altura em que o Alto Comando sabia do fracasso, a Norte, da operação contra aquela região.

 

Do ponto de vista económico, Liberdade apontou o Cuanza-Sul como um dos maiores activos do país, sobretudo no sector primário da produção e fornecimento de alimentos.

 

 

Honra aos que lutaram pela libertação do povo

 

Segundo o ministro, as celebrações do 4 de Fevereiro têm lugar numa altura em que o continente africano assinalou, pela primeira vez, a 31 de Janeiro último, o Dia da Paz e de Reconciliação, na sequência da declaração da 16ª Sessão Extraordinária da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre terrorismo e as mudanças inconstitucionais de Governos em África, realizada em Maio de 2022, em Malabo, capital da República da Guiné Equatorial.

 

Salientou que a escolha do 31 de Janeiro foi em homenagem à Agenda 2015-2063 da União Africana, intitulada “África que nós queremos”, marcando o momento da designação do Presidente da República de Angola, João Lourenço, como Campeão da Paz e Reconciliação em África.

 

João Ernesto dos Santos “Liberdade” exortou o povo angolano no sentido de arregaçar as mangas para, nas diferentes frentes, contribuir para a erradicação da fome e da pobreza.

 

Participaram do acto central das comemorações do 63º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional os ministros da Educação, Agricultura e Florestas, a secretária de Estado para a Administração do Território, deputados à Assembleia Nacional, representantes de partidos políticos com assento parlamentar, da Federação dos Antigos Combatentes, da Associação do Comité dos Heróis do 4 de Fevereiro, comandantes dos três ramos das Forças Armadas Angolanas, das organizações da sociedade civil e população em geral.

 

O acto decorreu sob o lema “Preservando os valores da Pátria, honremos os nossos heróis” e foi antecedido da deposição de uma coroa de flores no busto do Fundador da Nação Angolana, António Agostinho Neto, tendo sido, também, marcado com a entrega de material agrícola, designadamente instrumentos de trabalho, fertilizantes, pesticidas e outros às cooperativas dos antigos combatentes.

 

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