CÓLERA: 18 ÓBITOS E MAIS DE 200 CASOS CONFIRMADOS EM LUANDA, BENGO E ICOLO E BENGO

Ministra alerta para a necessidade de melhoria do abastecimento de água potável e do saneamento do meio ambiente, este último que, segundo a governante, começa nas famílias.

As mortes por cólera – doença que afecta as províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo – subiram para 18 casos, e 220 doentes diagnosticados com a doença, informou, nesta segunda-feira, 13, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

 

“Até ontem [domingo, 12], tínhamos 220 casos, com 18 óbitos, e queremos reduzir os óbitos, reduzir os casos, portanto, o trabalho comunitário tem que ser feito e é isso que vamos fazer no trabalho de campo”, disse a governante.

 

Sílvia Lutucuta referia-se ao programa de abordagem comunitária que está na base da visita, nesta segunda-feira, da equipa multissectorial de combate ao surto às localidades de Belo Monte e Paraíso, esta última o epicentro da doença.

 

A titular do Ministério da Saúde (MINSA) explicou que o trabalho comunitário visa sensibilizar a população, ensinando-a o que é a cólera e quais os cuidados a ter com ela.

 

Em declarações à TPA, realçou que este trabalho de sensibilização, que deve merecer a colaboração da população, “é extremamente importante”, e lembrou que a responsabilidade de combate à doença é individual e colectiva.

 

Disse que há a necessidade de se melhorar o abastecimento de água potável, o saneamento do meio ambiente, este último que, segundo a governante, começa nas famílias, na comunidade.

 

“Vamos instalar, nestes dois locais, pontos de reidratação oral para facilitar as nossas famílias, para que, tão logo surgirem sintomas [da doença], serem primeiro abordadas nestes locais para a reidratação oral”, esclareceu Sílvia Lutucuta.

 

Informou que as autoridades vão colocar à disposição da população equipas do INEMA (Instituto Nacional de Emergências Médicas de  Angola) nos pontos de reidratação oral para atenderem aos casos “mais complicados”, para que sejam “rapidamente transferidos” para os centros de tratamento.

 

“A partir de hoje, serão montadas tendas grandes, tanto no Paraíso como no Belo Monte, porque alguns casos não estão a chegar ao hospital, estão a morrer na comunidade, e outros chegam muito tarde, já com sinais de desidratação muito graves”, lamentou.

 

Insistiu na necessidade de as populações conhecerem os sinais e sintomas como “vómitos muito intensos, diarreia profusa, às vezes até muito líquida, que chega a ter aquela coloração de água de arroz”.

 

Nessa altura, adverte a governante, a pessoa deve, rapidamente, começar a ingerir líquidos, preparar o soro de reidratação oral, feito com base em um litro de água tratada (fervida), duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de chá de sal.

 

“Portanto, temos aí um soro caseiro. Mesmo que esteja a vomitar, continue a beber água e procure o posto de reidratação oral ou a unidade sanitária mais próxima para ser tratada e evitar luto e dor”, afirmou a ministra da Saúde.

 

Doença perigosa e muito contagiosa

 

Em comunicado divulgado há pouco mais de uma semana, tão logo foram apurados os primeiros casos suspeitos da doença, o Ministério da Saúde observou que a cólera é uma doença perigosa e muito contagiosa, que se espalha com muita rapidez, pelo que apelou à população que adopte medidas de prevenção.

 

Angola, realce-se, não registava casos de cólera desde o surto de 2016 e 2017. Entretanto, as autoridades angolanas accionaram, no ano passado, um plano de contingência contra a doença, em virtude de surtos que assolam alguns países da África Austral.

FONTE: E.M /Victória Maviluka

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