A Cimeira Tripartida sobre a situação de Paz e de Segurança no Leste da República Democrática do Congo, prevista para este domingo, 15 Dezembro, em Luanda, foi adiada para aprofundamento da negociação entre as partes.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, medianeiro indigitado pela União Africana para o Conflito no Leste da RDC, efectuou hoje, na capital angolana, consultas com o Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e o ex-Presidente Uhuru Kenyatta, do Quénia, facilitador para o mesmo processo de paz por incumbência da Comunidade dos Estados da África do Este.
O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, fez saber à imprensa, que a cimeira tripartida entre a República Democrática do Congo e o Rwanda foi adiada, apesar do acordo entre as partes ter sido negociado a 99 por cento.
Acrescentou que há ainda divergências no ponto de vista do tratamento relacionado com o método de negociação com o M23.
De acordo com o ministro, a primeira questão chave do processo representa o desengajamento das forças, a segunda, a neutralização das FDLR, enquanto a terceira está relacionada com o grupo M23, que tem sido objecto de divergências entre as partes.
“Esse foi objecto das últimas negociações, o único parágrafo, portanto, do acordo, que era preciso negociar a nível de ministros e sobre o qual os ministros negociaram até muito tarde, ontem, não tendo chegado a uma convergência sobre todos os aspectos”, informou.
O processo de Nairobi tem a ver com o tratamento da questão relacionada com os grupos armados na República Democrática do Congo, incluindo o M23. Sobre este processo, Teté António explicou que deve ser dividido em três partes.
A primeira parte representa o mecanismo de tratamento da questão, a segunda, o facilitador e a terceira, a missão do facilitador.
“O Chefe de Estado teve, portanto, a sabedoria de fazer consultas com o Presidente Félix Tshisekedi e com o ex-Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, para verem como fazer, e andar com o processo nos próximos dias”, sublinhou.
Após quase dois anos de mediação angolana deste conflito, João Lourenço continua a promover negociações para reaproximar as duas partes em conflito, de modo a alcançar um entendimento que resulte na pacificação da RDC.