SANTA SÉ DEFENDE REFORÇO DAS RELAÇÕES COM ANGOLA

O núncio apostólico em Angola e São Tomé e Príncipe, Dom Giovanni Gaspari, que está em fim de missão de três anos no país, considerou boas as relações entre Angola e o Vaticano e defende que os laços devem ser estreitados da melhor maneira possível para o bem do povo.

Dom Giovanni Gaspari, em declarações à imprensa, ontem, em Luanda, após ter sido recebido em audiência pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, onde apresentou os cumprimentos de despedida, disse que existem boas relações entre os dois Estados, que devem sempre ser estreitadas por meio de acções em prol do povo.

Segundo o núncio apostólico, um dos sinais que demonstra o excelente nível das relações foi a assinatura do Acordo-Quadro entre Angola e a Santa Sé, um diploma que proporcionou estabilidade jurídica, cujos frutos já são vividos no seio da comunidade cristã e não só.

 

De acordo com o núncio apostólico, o Acordo-Quadro entre Angola e o Vaticano permite à Igreja Católica trabalhar melhor em prol do povo, que é o único objectivo entre os dois Estados, visando o crescimento harmonioso das famílias angolanas e da sociedade em geral.

 

A ilIgreja, além de transmitir o amor de Deus e o amor ao próximo, disse o representante do Vaticano em Angola, também actua em sectores como o da Saúde e da Educação, um acto que alegra bastante o Papa Francisco, que tem rezado para o bem do povo angolano.

 

Na audiência, frisou Dom Giovanni Gaspari, além de apresentar os cumprimentos de despedida à Vice-Presidente, também foi um momento oportuno para falar  sobre assuntos ligados à vida social, nomeadamente às iniciativas humanitárias, diálogo inter-religioso, promoção da paz e da justiça social.

 

Dom Giovanni Gaspari referiu que termina a sua missão em Angola de forma satisfatória, tendo em conta a colaboração consistente e histórica entre o Estado e a Igreja,  que trabalham em prol do bem-estar social, económico, moral e espiritual, bem como por a assinatura do Acordo-Quadro ter dado estabilidade jurídica às relações entre Angola e o Estado do Vaticano.

 

“Por essa razão pedi, gentilmente, para uma audiência, com o objectivo de despedir-me das autoridades angolanas da melhor maneira e também aproveitar  o momento para abordar temas ligados à vida da Igreja Católica em Angola”, frisou Dom Gaspari.

 

Relativamente à visita do Papa Francisco a Angola, Dom Giovanni Gaspari referiu que sempre foi intenção do Chefe da Igreja Católica fazer uma digressão por todos os países de África, porém nem sempre é tão fácil fazê-lo. “O Papa ama muito África e gostaria de visitar todos os países de África”, enfatizou.

 

Segundo o núncio apostólico, deixa Angola com muita alegria e satisfação, pelo trato humano e a grande sensibilidade do seu povo. “Recebi, verdadeiramente, muitas pessoas de  afecto, que tocaram e marcaram muito o meu ser e estar no país. Agradeço por tudo quanto vivi nesta terra abençoada”, realçou.

 

Por outro lado, Dom Giovanni Gaspari afirmou ainda que das maiores lembranças, enquanto núncio apostólico em Angola, desde Setembro de 2020, foi o facto de ter  testemunhado a elevação do primeiro prelado católico angolano, Dom Germano Penemote, ao mais alto grau da diplomacia da Igreja Católica, o de núncio apostólico no Paquistão, em cerimónia realizada na província do Cunene.

 

Nomeado pelo Papa Francisco para o cargo na Coreia e na Mongólia, em substituição de Dom Alfred Xuereb, Dom Giovanni Gaspari tem igualmente manifestado o desejo de ver o Papa Francisco nas celebrações do 50° aniversário da Independência de Angola, em Novembro do próximo ano. Recentemente, prometeu ao ministro das Relações Exteriores, Téte António, fazer chegar essa mensagem ao Sumo Pontífice.

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