Nesta narrativa do Domingo de Ramos , encontramos vários cenários, várias personagens, várias circunstâncias, vários motivos para podermos ver o caminho que Jesus percorreu, caminho insinuo-o, caminho duro, caminho de ciúmes.
Jesus primeiro foi julgado pelo tribunal religioso e por fim, por tribunal político. E ele foi vítima, não porque cometeu crime, não porque assassinou, não porque roubou, não porque movimentou ou promoveu uma insurreição, foi condenado por causa do bem, do muito amar.
Por causa dessa mensagem que mexeu consciências, que mexeu costumes , hábitos, que mexeu com certo comodismo social, com certo comodismo comunismo político, certo comunismo cultural, certo comunismo religioso.
É este motivo que fez com que todos se levantassem contra Jesus. A sua mensagem incidiu na consciência de cada pessoa. Aquela mensagem do mandamento novo do amor.
Ouvistes dizer dos vossos pais, dos vossos antigos, agora devo-vos. Este agora digo-vos é esta novidade que incomodou, é esta novidade que motivou todo este ódio contra Jesus. Mas Jesus manteve-se fiel à vontade do Pai.
Fizemos esse percurso cantando o santo, agradecendo, louvando. E é o mesmo povo que consumiu milagres, apreciou as boas coisas que Jesus fazia, admirava.
É o mesmo povo que acompanhava e seguia Jesus, ele que arrastava muito de nós. É o mesmo povo que, dias depois, grita: Crucifica-o, crucifica-o, solta-nos antes, barrabás.
E não este indivíduo que se quer fazer passar por Deus, que diz ser filho de Deus. E com todos esses insuntos, de fato, literalmente falando, é muito bonito ouvir essa narrativa em estilos literários, é muito bonito, esta arrogância, esta indiferença, esta capacidade de insinuar e de projetar o mal para o inocente, para aquele que de fato nós vimos que só fazia bem.
Curava, dava de comer, visitava, pregava. E a sua pregação é que motivou toda esta corrente. Até da língua dele zombaram. Ele gritou: Elohê, Elohê, Elohê. Olha, está chamando por ele. Não estavam a perceber.
Ele que se chama Filho de Deus, Deus, então que o venha salvar. Tanto, tantas e outras palavras que foram dizendo contra Jesus. Este é o momento forte que nós estamos a viver. E o dia de hoje, tem exatamente esses dois momentos que parecem antagónimos, mas que se complementam.
Que manifestam o mistério da nossa vida. Essa vida de lutas, esta vida de sacrifícios, essa vida de incompreensões, esta vida de ciúmes, de envejas, de calúnias, de intrigas, de violência, ódio.
Este mundo em que nos encontramos. Este mundo que invoca também a abertura para Deus, a abertura para a vida, a abertura para a ressurreição, para a Páscoa, a abertura para tudo aquilo que nos ajuda a viver como filhos da obediência.
E Jesus Cristo mostra a nós este momento. Momento forte de sacrifício, momento forte de dor para consigo mesmo. Ele próprio não estava a perceber, digamos assim, a força da vontade do Pai. Se possível, afasta de mim esse tal, mas não se faça a minha vontade, mas a tua.
E a vontade do Pai qual era? Era mesmo passar pela cruz. Ele tinha que morrer para que os outros pudessem viver. Ele tinha que se sacrificar para que todos nós pudéssemos voltar ao convívio, à amizade com de Deus.
E é esta grande mensagem, irmãos e irmãs, que o dia de hoje nos quer transmitir, para que verdadeiramente cada de nós aprenda com Cristo a viver segundo a vontade do Pai.
E é esta a vontade que nós procuramos todos os dias. E é por isso que nós rezamos. Queremos perceber o que é que Deus quer de mim. Qual é a minha missão? Como é que eu consigo interpretar os sinais de Deus na vida que eu tenho, na missão que eu cumpro, no serviço que eu faço, na família que eu constituo, na sociedade em que me encontro? Como é que eu interpreto a vontade de Deus?
Qual é a vontade de Deus nesta minha missão de pai e mãe? Qual é a vontade de Deus nesta minha missão de bispo, de pastor, de sacerdote, de religioso, de religiosa? Qual é a vontade de Deus na minha missão enquanto mãe, cidadão, enquanto profissional, enquanto político? Qual é a vontade de Deus no meio de tudo isso? Como é que eu vivo esta missão? Com que intensidade? Com que qualidades? Com que virtudes? Como é que eu assumo a minha cruz em benefício dos meus irmãos? Como é que eu me sacrifico para que os meus irmãos vivam? Para que os meus irmãos cresçam, para que os meus irmãos se dignifiquem? Ou perdemos o tempo a criar, a fomentar esses ciúmes que matam, essas calúnias que desencorajam, intrigas, fofocas.