O partido no poder mostra descontentamento com a atribuição de 70% dos projetos para os ex-militares contra apenas 30% para as comunidades e salienta que o número dos ex-militares é bastante reduzido face à percentagem que beneficia no âmbito destes projetos.
O MPLA, que foi derrotado em Cabinda nas eleições gerais de 23 de Agosto de 2022, quer que esse percentual seja invertido a favor das comunidades e considera estar errada a percentagem que o programa do MASFAMU atribui aos ex-militares.
Esses dados constam do relatório de visita que os deputados da Assembleia Nacional da bancada parlamentar do MPLA, efetuaram aos quatro municípios de Cabinda e ao qual o Novo Jornal teve acesso.
No relatório, o MPLA entende que a percentagem de 70% dos ex-militares no programa de combate à fome e à pobreza é muito e que os 30% destinados para as comunidades é pouco.
Por isso, quer que se inverta o quadro, que a percentagem dos ex-militares passe para as comunidades e que o que está atualmente destinado à comunidade passe para os ex-militares.
“Os 25 milhões de kwanzas alocados mensalmente para os ex-militares nos municípios é muito. O partido entende que deve ser revertido”, diz o relatório que foi esta semana entregue à estrutura central do partido.
No mesmo relatório, os deputados do MPLA propõem que se retire a merenda escolar do programa de combate à pobreza, do MASFAMU, e que passe a ser um programa de inteira responsabilidade do Ministério da Educação, visto que há actualmente muitos problemas ao nível da distribuição.
No documento, o partido elege como acções prioritárias o pagamento da dívida pública dos empresários, a conclusão das obras paradas há mais de 10 anos e a adopção de estratégias para combater à subida exponencial da cesta básica.
Os deputados entendem ainda que se deve criar um clima de diálogo e de inclusão com os movimentos independentistas de Cabinda. Fonte: NJ