MENORES DELINQUENTES VOLTAM ÀS RUAS POR FALTA DE CENTROS DE REABILITAÇÃO

Na província angolana de Malanje, menores em conflito com a lei circulam normalmente nas ruas sem qualquer processo de reeducação por inexistência de centros especializados, uma situação preocupante para a sociedade.

Dados da Sala de Julgado de Menores do Tribunal Provincial local referentes a 2023 indicam que das 76 ocorrências registadas 58 foram julgadas.

 

De Janeiro a 13 de junho deste ano, a Sala de Justiça Juvenil julgou 37 atos de prevenção criminal.

 

A especialista Anabela Kidiaba Messo diz que Angola necessita de infra-estruturas apropriadas para a responsabilização jurídica.

 

“Alguns cometem crimes e por não obedecer à idade que é recomendada pela nossa Constituição são libertados”, afirma Messo para quem “ao serem libertos colocam-se a si próprios em risco porque não vão ter oportunidade de corrigir o que está mal nem tentar mitigar a situação diante da própria sociedade”.

 

“Vai colocar em risco as outras crianças também”, acrescenta.

 

Anabela Messo afirma que o Estado é chamado a delinear políticas para a criação dos respetivos centros de reeducação de menores e, na sua ausência, a sociedade deve prevenir a prática de crimes com o envolvimento das famílias.

 

Dezenas de crianças delinquentes são soltas antes de chegarem a uma Esquadra Policial, ao Ministério Público ou ao Tribunal Provincial, depois de algum entendimento entres as famílias ou pessoas próximas.

 

Os crimes violentos aumentaram em Malanje e o envolvimento de menores também cresceu.

 

Na primeira fase da Operação Kuabu que visa impedir delitos, essencialmente com recursos a armas de fogo, de 14 de maio a 7 de junho foram detidos 113 cidadãos, incluindo menores, de acordo com o porta-voz do Minint, superintendente Junqueira António.

 

“Sete menores com idades compreendidas entre os 13 aos 16 anos, (que) praticavam crimes de roubos”, precisou.

 

Desconhece-se oficialmente qualquer projeto para a construção de um Centro de Reeducação de Menores, mas nesta terça-feira, 18, está a ser reaberto um Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente que, entre outras funções, vai tratar de temas ligados a menores em conflito com a lei.

 

O delegado provincial da Justiça e dos Direitos Humanos, João de Assunção, precisou que a estrutura possui órgãos de apoio ao Julgado de Menores, dos Tribunais e a Procuradoria, Serviços Ligados ao Minint, essencialmente do SIC e dos Serviços Prisionais e da Comissão Titular de Menores.

 

A Provedora de Justiça de Angola, Antónia Araújo sem revelar números afirmou que “nenhum menor de 15 anos que esteja em conflito com a lei deve estar preso junto com os adultos, devem-se criar condições para que esta criança esteja num local diferente”.

 

“Em todas as províncias deve haver um centro de reeducação de menores”, sublinhou.

 

O Programa de Governo do MPLA, sufragado nas eleições gerais de 2022, prevê a construção de centros de internamento e de reeducação de crianças em conflito com a lei, com a garantia do competente apoio psicossocial, mas até ao momento a ideia continua no papel. Fonte: VOA

Publicações Relacionadas

TAÇA COSAFA: PALANCAS JOGAM HOJE COM AS ILHAS SEYCHELLES

DOM DIONÍSIO HISSIILENAPO ENCERRA VISITA PASTORAL NA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO SÊ CATEDRAL EXORTANDO A PRÁTICA DA CARIDADE NO SEIO DAS COMUNIDADADES PARA COM OS MAIS NECESSITADOS.

MALANGE: POLICIA NACIONAL APRESENTA INDIVÍDUOS “ALTAMENTE PERIGOSOS”

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Ler Mais