Estevão José Pedro Katchiungo recorreu a um grupo de advogados em Luanda para trabalhar no processo do seu regresso à comissão política da UNITA, na qual nota não haver entendimento entre as partes.
Antigo director do gabinete de Savimbi, no tempo do Bailundo, Katchiungo foi suspenso por dois anos da comissão política em dezembro de 2021, no seguimento de maus-entendidos a volta de acusações de conspiração contra o partido e alguns membros. Uma vez que os dois anos já se passaram, a sua suspensão torna-se automaticamente nula. Porém, para regularizar a situação, escreveu ao Conselho de Jurisdição da UNITA para saber da sua situação, pelo que este comunicou-lhe haver um outro processo de suspensão de militância.
Inconformado, o antigo deputado voltou a escrever para este órgão a contestar sobre as razões que levariam à suspensão dos seus mais de 40 anos de militância na UNITA, pelo que foi informado sobre a existência de um terceiro processo, consubstanciado na sua ida à tomada de posse do Presidente João Lourenço em 2022, numa altura em que o partido havia tomado uma decisão da não participação dos seus membros. O Conselho de Jurisdição terá lhe informado que esta nova suspensão de militância está relacionada a pronunciamentos feitos à TPA, à margem da tomada de posse de Lourenço, alegadamente comprometedores para a UNITA.
Novamente inconformado pelos rodeios do Conselho de Jurisdição, José Pedro Katchiungo juntou toda a documentação e recorreu à Presidência do partido. O líder do partido, por sua vez, solicitou pareceres junto dos seus assessores jurídicos que terão dado razão a Pedro Katchiungo quanto aos seus direitos de regressar à comissão política. Levado o assunto à comissão permanente, José Pedro Katchiungo foi informado que este órgão partidário se reuniu e decidiu pelo seu regresso, mas como militante de base.
De acordo com fontes consultadas pelo Club-K, o também académico Pedro Katchiungo revela-se agastado por ver os seus direitos de regresso como membro da Comissão Política vetados, pelo que poderá recorrer ao Tribunal Constitucional como último recurso, caso o grupo de advogados que contratou não consiga resolver o problema.
José Pedro Katchiungo, antigo candidato à presidência da UNITA, foi suspenso no período em que o Tribunal Constitucional tinha devolvido a liderança do partido a Isaías Samakuva, depois de invalidar o congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior. A suspensão ocorreu após a comprovação de acusações de conspiração contra o partido e alguns membros. Entre as várias provas apresentadas, destacava-se uma gravação comprometedora em áudio, que alguém compartilhou com uma terceira pessoa logo após a divulgação do acórdão do Tribunal Constitucional (TC). A suspensão foi decidida por votação secreta, com 150 votos a favor (85%), 20 votos contra (11%) e seis abstenções (4%). Fonte: CLUB.K