Os Jogos Paralímpicos começaram oficialmente, esta quarta-feira, depois da pira olímpica ter sido acesa, em Paris, e decorrerão até dia 8 de Setembro.
Corria o ano de 2004, quando José Sayovo fez história e conquistou três ouros nos 100, 200 e 400 metros (T11) para atletas invisuais, orgulhando um povo que dois anos antes tinha alcançado a paz ao sair de uma guerra civil que causou danos irreparáveis, incluindo a si que ficou cego depois de uma explosão de uma mina em 1998.
Em 2021, contou numa entrevista, publicada pela Euronews, que foi um processo muito difícil para si porque “aqueles que perdem a visão acabam sem qualquer referência”, uma vez que “não há maneira de se deslocarem ou caminharem sozinhos”. Mesmo assim, Sayovo continuou a correr atrás da glória.
Em 2008, nos Jogos Paralímpicos de Pequim, voltaria a dar mais alegrias aos angolanos, e com a crença de que podia ganhar mais e com o apoio dos compatriotas à distância, conforme relatou, arrecadou três medalhas de prata nos 100, 200 e 400 metros (T11).
Aos 37 anos, fechou a “epopeia” com uma medalha de bronze nos 200 metros (T11) e uma medalha de ouro nos 400 metros (t11), na edição de Londres, em 2012.
No total, foram oito medalhas para Sayovo e um nome que ficou para sempre cimentado na memória de todos angolanos e do mundo.
Desde então o país não tem conseguido ganhar mais medalhas.
Este ano, Angola entra na sexta participação da história com Juliana Moko (deficiente visual total – classe T11), que esteve presente nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, e vai disputar os 100, 200 e 400 metros femininos e Sabino Tchipessi (deficiente motor – classe T46) que fará a estreia nos 400 metros masculino.
Ambos terão como atleta-guia, Abraão Sapalo.